Shihya Kowatari,Transparent 1, 2012
Com toda a transparência como água que é vida, assim te assumo em mim. E querendo-te, quero-te com a mesma relevância, no bom e no mau que tiver de ser. De outra forma não seria inteligente porque não seria verdadeiro e eu dispenso mentiras no sentir. Conheço-te bem, sei o que podes, o que queres e o que sonhas ser, e tu conheces-me também, sabes o que sou e o que de ti não desisto mesmo quando me chegas no gelo dos dias frios. Esta inteligência que temos uma da outra distingue-nos no mundo depois de 'nós', porque há nela uma incondicionalidade que, ainda que negada, sobrevive ao tempo em que 'nós' não existimos. Amando por inteiro aprendi que Amor é coisa de pessoas inteligentes e corajosas. Os outros, os que não entendem o sentir nem confiam no coração, desistem a meio caminho. É preciso ser inteligente para perceber que encontrámos o Amor e é preciso ser corajoso para reconhecer o seu valor e fazê-lo crescer incondicional no que as horas, inevitavelmente, nos envelhecem. Os outros, por muitas vezes que se apaixonem, confundem e confundem-se, amam apenas a ideia de Amor e vão procurar a vida inteira o Amor verdadeiro que nunca chegarão a reconhecer. E morrerão como sempre viveram, desencontrados em si mesmos.
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