Bill Warren, Building in red clay Series
Antes do Amor acontecer na sua vida coleccionava os dias coomo puzzles à espera de solução invariavelmente adiada para o dia seguinte. À noite, de regresso a casa, punha de lado os sacos pesados das horas trabalhadas sem minutos vazios e a roupa usada no corpo como papel de embrulho da intermitência da alma e instalava-se, confortável, no sossego das horas de nada. Frequentemente procurava o mesmo cd para lhe fazer companhia. O piano e o suave compasso da melodia dos Rachel's percorriam, insidiosamente, a sala transformada numa nuvem de sons contemplativos que ficavam à espreita. Mergulhada em si mesma, deixava-se observar pelos sons, enquanto pensava os dias como ficheiros temporários de vida, sem pormenores de grande importância, ausentes do essencial. Ficheiros temporários com a validade de 24 horas, facilmente descartáveis sob uma imaginária tecla de 'delete'. E os dias passavam, substituindo-se automaticamente. E a vida passava sem vida. Viver não seria apenas esconder-se atrás dos dias e da força das circunstâncias. Quando o Amor aconteceu descobriu o princípio, o meio e o fim de tudo, a grande razão de Ser para além do existir simplesmente. E, desde então, sorri naturalmente e todas as noites adormece aninhada na música que o coração lhe escreve na pauta dos dias maiores do que a vida e para além da eternidade.
6 comentários:
São assim os sons da nossa vida. Não conseguia viver sem música.
Bjks
seu blog é óóótimo
Special K,
Morreria sem música na minha vida!
Bjo
Easytigerz,
Obrigado pela sua passagem dentro do 'Copo...' :)
Quando o Amor nos encontra instala-se em nós um sorriso de tal forma iluminado que parece que o mundo inteiro nos olha com olhos de espanto.
Gostei muito do que li.
Ana,
O Amor que em nós se instala é luz e a luz é feita de milhões de cores que deslumbram o nosso olhar e os olhos do mundo à nossa volta.
Obrigada pela visita ao 'Copo...' e pela atenção dedicada às minhas palavras. :)
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