quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Reacção em cadeia

Rob Oele, Streetart in the NL, 2004

Se fosse fácil, não seria um desafio. Se não fosse um desafio, seria entediante. Se fosse entediante, seria superficial. Se fosse superficial, seria dispensável. Se fosse dispensável, não seria importante. Se não fosse importante, não seria a sério. Se não fosse a sério, não faria sentido. Se não fizesse sentido, seria coisa nenhuma. Se fosse nada, nós não existiríamos. Mas nós estamos aqui e carregamos um universo inteiro entre as mãos. A minha força é a tua força e vice versa. A nossa força é um sentimento raro que, de tão simples, chega a ser de difícil convivência para quem não está habituado a reconhecer as suas infinitas possibilidades. Pode alguma coisa ser mais intensa do que sentir essa força ilimitada? Penso que não e acredito que concordas comigo.

2 comentários:

whitesatin disse...

Creio que a dificuldade está em manter as coisas simples...pelo menos é o que se diz por aí...mas, quando se chega a compreender a simplicidade das coisas tudo passa a fazer sentido, e então deixa de haver dificuldade, e aí sim, não há limites para as infinitas possibilidades.
Estarei perto da realidade? Ou é só um devaneio empírico impossivel de colocar em práctica? É que, filosofar tem destas coisas...viver em realidades alternativas não faz com que as coisas sejam mais fáceis...

Os teus textos continuam excelentes, Always. Aprecio e admiro a tua consistência :)

Um abraço

Always disse...

Ás vezes, por ser tão simples, recusamos a aceitar essa simplicidade e complicamos.
Temos tendência em desconstruir e problematizar. Não que isso seja algo mau - afinal de contas, foi graças a esse dom que a Humanidade evoluiu - mas nem sempre é um bom exercício, sobretudo, quando não possuímos instrumentos de análise apurados ou adequados para não causar dano ou quando não temos estofo para aguentar o resultado do que tornámos complicado.

Tens toda a razão: o fundamental é que compreendamos verdadeiramente a simplicidade da coisas e, já agora, nos aceitemos como somos e não como gostaríamos que nos vissem.

Que bom reencontrar-te por aqui, Whitesatin.

Um abraço sempre,

A.