segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Risco contínuo

David Zimmerman, 2009

Não depende de mim - sinto o que sinto e aceito que o sinto. Não depende de mim e ainda bem! Se dependesse de mim, não teria alma nem um coração vivo no peito, seria escrava da razão e tudo seria preto ou branco, por vezes cinzento, mas nunca outra cor imprevisível. E seria uma pena porque a vida é uma soma de imprevistos que nos desviam e nos fazem voltar a sorrir e a chorar, porque somos humanos e dor e amor fazem parte da nossa condição. Não depende de mim, como a imensidão não depende da distância que não conseguimos calcular. Sinto porque sinto, não depende de mim este sentir. O Amor, descobri, é uma imensidão, um sem fim de encruzilhadas e um único ponto de referência que não se perde nem desaparece por cada vez que dobramos a esquina errada. Porque é Amor resiste. Não depende de mim, nem o erro nem o amor. Pelo que cresci até aqui, ainda bem que sou vulnerável.

6 comentários:

Lábios de Caprichos disse...

Incirvel que poderemos falar anos a anos sobre o amor sem nos repetirmos, existe sempre tanto para ser dito, tanto para ser sentido (...)
não esta nas nossas maos mandarmos no que Sentimos nem na forma como O vivêmos, e como tu bem disses-te... ainda bem que não esta nas nossas maos! *

Lábios de Caprichos disse...

* incrivel

Always disse...

Lábios de Capricho,

A verdade é que o Amor não se esgota no que que podermos escrever, viver e sentir. Porque é demasiado grande para ser arrumar tão simplesmente em clichés e formas estandartizadas de vivência. Não é uma programação nem uma forma aprendida de vida - é a vida ela mesma, porque aquilo que sentimos nos define e nos molda o agir.
Somos infinitamente mais quando amamos e quando somos amados - temos um sentido e um valor acrescentado. Essa grandeza não está nas nossas mãos, ou sabemos recebê-la e preservá-la, ou não, mas não depende de nós, não podemos descartar sentires pelo incómodo que nos causa. E ainda bem, se não não seríamos mais do que zombies emocionais... sem qualquer encanto!

Beijos!

Lábios de Caprichos disse...

Revi-me nas tuas palavras (mais uma vez!) somos tanto quando amamos, quando nos sentimos amados! O amor passa a ser Vida, é um oxigénio que nos alimenta sem fim. *

Always disse...

Ainda bem que não sou a ünica a pensar e a sentir assim :-). Nada nos faz mais inteiros do que quando nos decobrimos a capacidade de amar e de ser amados. O AMOR é a prova de vida por exceléncia!

Beijos.

Always disse...

PS - Peço desculpa pelos erros e acentos trocados. :S