Anabark, Coração de mámore (FEV2008)
Os olhos que, de vez em quando, se perdem entre o céu e a terra, encontram no chão sinais convictos do bater do coração. O acaso desgastou a pedra rasgando-lhes um coração á vista de todos, ali, no mármore frio, á espera de ser encontrado. Eu vi, mas não agarrei. Já me basta o meu arrastar-se comigo de um lado para o outro, pesado como pedra. Toquei com os olhos e parti - espera-me outra viagem. No peito colecciono coisas com forma de alma e o tamanho da minha. O coração que me pesa fica, por agora, em casa, até ganhar asas e poder voar.
2 comentários:
Coração que há-de colher a graça do cinzel do Tempo, esse grande escultor.
(Soubesse a A., o quanto este testemunho pesa noutros e o quanto isso importa.
Sem voyeurismo, sem indiscrição, sem perguntas tolas, simplesmente porque importa, e porque outros, outros vazios sentem, sob outras nuances, e esta partilha do vazio de um copo, outros copos vazios enche.)
Obrigado, do Coração,
LFA/NBJ, Longe e sempre Aqui.
Obrigado L. pela companhia, pelas palavras e pela partilha de vazios, ainda que de vazios nós não tenhamos nada.
Obrigado pela fé e pelo coração que sabe ler o sentido do que um coração desconhecido escreve em sobressalto.
Obrigado por esse longe que vai daqui até aí, ser, afinal, tão perto. Aqui e sempre não nos perdemos pelo que nos sabemos encontrar, mesmo que em cores diferentes, dentro de um mesmo copo.
Gosto muito de o ter por cá! :)
Um abraço desde esta cidade á beira do atlântica até ao país do sol nascente.
A.
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