Anabark, Impressão de sol (JAN2012)
No muro ficam pendurados quadros pintados pelo sol que, teimoso, espreita, através de um céu de inverno. No gelo das mãos seguro o princípio de luz que ali acontece efémero. De mãos geladas agarro a ideia de calor que veste de vida a parede pelo contraste de luz e sombra. E chego a sentir-me aconchegada na contemplação de um sol que não me aquece apenas me promete o corpo quente. Do quadro pendurado pelo sol no muro guardo a ideia, como agasalho sobre pele despida, do que antes foi jardim fértil de primavera e que agora é terra dura e fria. As flores desapareceram, só resta o muro de vez em quando visitado por passáros que me voltam sempre como um regresso a casa. E eu acredito no bater de asas e na promessa de flores que trazem no bico e que poisam sobre a erva daninha.
2 comentários:
Cada vez estás melhor, rapariga.
Beijinhas
LOL... é da idade!! Vou acreditar que é verdade como automotivação, M.
Bejos para ti! :))
Enviar um comentário