Niki Conolly, Table Dance Series, 2007
Enquanto a pouca luz dança com o seu próprio reflexo num espelho velho, converso com o fim do dia sobre coisas impossíveis que ficaram por fazer. Por vezes chego a convencer-me que tudo posso, basta ousar, aqueles que ousam estão mais perto de ganhar. Outras vezes, baixo os braços, encolho os ombros, respiro fundo e desisto. Abandono o que não me espera e os encontros impossíveis. Não ouso para além do silêncio, porque para além do silêncio o nada é ensurdecedor. Abraço a noite com o que me fica dos dias. Tudo quanto existo ponho em força nesse abraço que amanhã me acordará a vontade de acontecer novamente.
4 comentários:
faz tudo parte, somos um pouco como as estações do ano, a folha cai para mais tarde renascer com outra vida e mesmo o seu processo é único, há invernos mais rigorosos que outros...
bjs
Pois seremos estações do anos, meses, dias e noites de alternância e vida renovada, sim, um ciclo inevitável de padrões repetidos, uns mais esclarecidos do que outros.
Beijos... :)
Às vezes na conversa com o fim do dia, fica-me apenas a vontade de acontecer...
A vontade de acontecer que nos fica vem das coisas que ficaram por fazer...
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