terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Folhas caídas

Anabark, Espelho da Noite (FEV2012)

No relógio passam horas de silêncio. Não as conto. Encontro outras formas de viver o tempo que não passam pelo relógio, porque esse mente, porque nem sempre pouco é realmente pouco e muito pode muito bem nunca chegar a ser suficiente. Não existem prazos, tempos definidos, adequados ao que sentimos dentro ou deixamos de sentir. Um coração parado vive as horas no tempo exacto que elas duram. O coração que sente vive a passagem do tempo pelo número de folhas de árvore caídas no chão, sopradas pelo vento, e sonha as horas que voam em cada folha como uma promessa de primavera. O coração que sente não adormece no silêncio da noite nem na ausência dos dias. Por fora o relógio envelhece-me nas voltas que dá sem fim. Mas não as conto. Encontro outras formas de vida a que o tempo não pode planear nem princípio, nem meio nem fim. A vida que me anima é o infinito que me habita, com sentido, o coração.

6 comentários:

whitesatin disse...

"O coração que sente vive a passagem do tempo pelo número de folhas de árvore caídas no chão, sopradas pelo vento, e sonha as horas que voam em cada folha como uma promessa de primavera."

=> Maravilhoso! Poesia Pura! <=

Always disse...

Foi o efeito da lua gigante que, ontem, encheu de luz a noite e decorou poeticamente o muro que fotografei... :)

underadio disse...

Lindas!

whitesatin disse...

A tua sensibilidade pela beleza da Natureza reflete-se nestes momentos de inspiração que partilhas tão generosamente.

Obrigada! :)

Always disse...

Um beijo para ti M.
Espero que esteja tudo bem contigo! :)

Always disse...

whitesatin,

E haverá algo mais nobre, deslumbrante e inspirador do que a Natureza, Nat?... :)
Obrigado eu pela sintonia e cumplicidade!

Um abraço! :)