domingo, 5 de fevereiro de 2012

O invisível

Anabark / Tiza Gonçalves, Self-portrait, (JAN2012)

Não percebo. Nem vale a pena pensar e racionalizar o que sinto que pareço que sou. Serei isso e mais certamente, e esse certamente que sei que sou nunca o saberei exactamente. Não percebo. Não percebo o que me percebem. Percebo o que sinto e o que sinto define-me em parte. O resto de mim desconheço, o que os outros me sentêm não alcanço completamente. Não o serei exactamente mas a impressão construída não controlo, nem a ela sou isenta eu sei, existe fora de mim no que me inventam e me percebem também. Sou a obra e o rascunho ao mesmo tempo de um projecto para sempre inacabado. Não percebo o que me sentem. Sei o que sinto e sinto o que sou em mim mesma de forma inteira. Nunca serei a fantasia do que os outros pensam que sou, porque sou apenas aquilo em que me encontro dentro sem equívoco e sem a pressão da expectativa do mundo.

5 comentários:

whitesatin disse...

My friend,

Somos o que somos. Termos a consciência de quem somos enquanto individuos independentes e únicos nas nossas semelhanças é o que nos distingue e nos aproxima. Tudo o resto são projecções, reflexos que criamos uns nos outros como tentativas de reconhecimento...formas de nos aproximarmos uns dos outros, quando existe dificuldade em nos vermos ao espelho e olharmos para dentro...

Um abraço com muita claridade de espírito :)

Always disse...

Sim, amiga, e ninguém é perfeito, nem nós nem os outros, e nem sempre temos consciência disso.
E nem sempre o que vemos nos outros existe. Como também nem sempre a forma como vemos os outros é certa inequívoca! Tantas nuances, tem ângulos de visão, tantas hipóteses de verdade ...e, afinal de contas, tantas distorções que acabamos por deixar acontecer.

Um abraço lúcido! :)

tizaster disse...

estou tão orgulhosa! ;)

tiza disse...

estou tão orgulhosa! ;)

Always disse...

Tiza,

LOL... a tua pós-produção ficou tão gira que tinha de incluí-la aqui! :)