Anabark, Desastre (JUL2010)
Só o Amor vale a pena, o resto é uma deriva, um sem destino, uma espera desorientada. Mas o Amor é caprichoso e abraça toda a gente da mesma maneira. Por vezes passa por nós de mansinho e quase nos toca mas, livre, segue em frente, outras vezes pega-nos pela mão e leva-nos consigo por duas ou três ruas apenas, para nos largar á esquina, sem olhar para trás, desapegado e vago. Mas o Amor que vale a pena é aquele que acontece contra nós como um choque frontal, aquele em que nos deixa imobilizados com tudo amachucado e uma só certeza acrescentada: que estamos vivos por dentro porque o coração nos dói pela força do gostar. Ao desastre que chamo Amor muito poucos sobrevivem por muito que jurem o que sentem. Porque este Amor escolhe os corações, um a um, em que ficar, porque este Amor escolhe quem, em intensidade, o acolhe incondicionalmente. É é disparate acreditar que ele acontece a todos da mesma maneira. São raros os que têm a força de amar para sempre e que sabem não ser amados da mesma forma.
4 comentários:
Sim...o resto é deriva, ou quase nada.
Exactamente deriva e sendo deriva é quase nada!... :)
Sabes, é por isto que te respeito...consegues colocar nas palavras aquilo que "os raros" sentem...a Língua Portuguesa é maravilhosa! :)
Beijos
Nat,
O que é mais admirável é a raridade dos que realmente sentem. Esses eu admiro incondicionalmente e são uma espécie á parte... para o bem e para o mal, porque quem sente verdadeiramente sofre em duplicado!
Um abraço!
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