Stanko Abadzic, Reflections, 2007
E a terra reflecte o céu, tudo do avesso, numa poça de chuva imaginada transparente e lúcida. No céu distante não sobra mais nada ao encontro da terra. Tudo é ar, vento e tempo que sobra. Reparo nas nuvens que passam e não ficam, como repara em quem passa sem me prender a atenção. Tenho o resto da minha vida para ser de novo. Tenho tempo suficiente para voltar a nascer e viver o que alma me dita. Tenho parte de mim à espera de ser aquilo em que se acredita e outra a acontecer no resto que me fica. Sou terra e céu juntos em alto mar. Nas ondas encontro a vida das vidas que desperdicei a naufragar em poças de água.
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