Kees Terberg, In Vino Veritas XII
E quando achamos que sabemos tudo, aprendemos mais um bocadinho da certeza que nos falta. E adormecemos nessa parte descoberta para acordarmos mais inteiros, mais acrescentados no que somos e menos presos ao que julgamos ser. Não é o tempo que nos amadurece, mas tudo o que a sua passagem nos ensina. O tempo confirma ou desmente a essência, ou a falta dela, das pessoas. Traz certezas, desfaz enganos e, por vezes, descobre-nos que, afinal, a razão que a nós mesmos negámos, por vontade de acreditar numa história encantada, estava do nosso lado. E, ás vezes, doi ter razão, tanto que desacreditamos a fé que, antes, nos salvava. E os dados voltam a ser lançados em busca de melhor sorte. Amadurecemos uma ideia que cresceu certeza e uma vida morreu. Do vinho não se fazem uvas. A certeza que nos encontra com o tempo abraça-nos a calma de quem aprendeu uma lição. Não foi tempo perdido. Resignada a alma reencontra-se e recompõe-se mais forte. A vida dá-nos a prova que nos falta, não é importante ter razão, importa sim a humildade de reconhecê-la e aceitá-la em quem a tem quando percebemos que julgámos mal e nos enganámos.
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