domingo, 2 de outubro de 2011

O lugar que se perdeu

Queno, Sainte-Luce sur Mer, Rimouski, 2011

Pouco a pouco a paisagem desaparecia e, á vista, apenas os escombros pareciam ter vida, multiplicando-se da noite para o dia e ocupando todo o espaço que sobrava. O tempo passava apressado e deixava mais destroços de horas desgastadas á espera do que nunca havia de chegar. Deixou de haver vento há muito tempo, nada mexe, nada mudou de sítio para além do que está fora de lugar. As árvores, como promessas de vida, desapareceram deste lugar, já só restam velhos troncos, cansados, pelo chão. O verde perdeu-se desde que, um dia, tudo amanheceu cinzento do mesmo tom. O sol já não vem, deixou de ser preciso a tão pouco que sobra para aquecer ou iluminar... O silêncio tomou conta das casas, por todo lado não há vozes, não há música nem um som, tudo está vazio, ao abandono. Tudo desapareceu num abrir e fechar de olhos. Nada é para sempre, excepto esta minha minha vontade de zelar pelo impossível.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Afirmação

Sem título

Escrito nas paredes, a valer por todas as oportunidades perdidas. Aos olhos de toda a gente, ao sabor do vento e à prova de tempestades. Escrito por dentro, pela força do que se sente tão completamente a valer por ser verdade.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Desencontro

Peter Sussex, Thonet, 2010

A passo desencontrado, anda-se por aí, nem para frente nem para trás, em terreno inclinado. De vez em quando, paramos para descansar, mas partimos, de novo, cansados. Porque os passos desencontrados maçam pelo que não sabem andar, andamos porque andamos, sem grande vontade de caminhar. Entre onde estou e onde quero estar existe um largo oceano por navegar. Não sei caminhar sobre as águas e, em terra, o chão foge-me dos pés. Quem me dera ter asas e voar no vento da minha vontade, até ao longe onde fiquei à espera de me voltar! Aqui, o que resta de mim segue desencontrado do Amor que havia, dantes, por todo o lado.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Absoluto, o Amor

Anabark, Parked sky (AGO2011)

Não é, concerteza, relativo o Amor. É absoluto no que se sente de tão livre da nossa vontade. Pode desmentir-se, negar-se e mascarar-se. Pode até fingir-se outra coisa qualquer, mas não é relativo e, se assim se pensa, não será Amor certamente. Relativa é a forma como se vive de dentro para fora. Mas na alma só tem uma definição: infinito... e o infinito é a absoluta impossibilidade de indefinição. Logo, o Amor nada tem de relativo. O Amor existe e, não sendo nem  concreto nem explicável, toma conta de nós e devora-nos qualquer outra vontade que não seja a vontade do Amor, porque tudo o resto é ligeiro, opaco e escurecido, perante essa claradidade que vem de dentro de quem o sente, porque o Amor é essa aventura que não se imagina, de valor incalculado, depois de o descobrir ficamos exigentes e mal habituados. O Amor não é relativo. Pode disfarçar-se, ignorar-se, fingir que não se sente. Podemos  esconder-nos, fugir, mas dele sentimos uma falta absoluta, concreta e definida. Porque a sua ausência é um céu para sempre noite, eternamente sem sol.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Página sem palavras

Peter Sussex, Patterns Of Winter #13, 2010

Na imensidão de uma página em branco, procuro ângulos e não sei por onde começar. Vêm-me à memória palavras que deixei de usar por falta de pontuação que lhe reforce o significado. Podia reinventar histórias e percorre-las de fio a pavio, ou imaginar paisagens a perder de vista à espera de história, de impressões de vida. Numa página em branco todas as palavras são possíveis, mas nem sempre são fiéis às ideias e, não o sendo, perde-se algo e falha-se o sentido. Em vez disso, sonho a página em branco como neve imaculada, virgem, à espera de passos que caminhem e nela deixem testemunho como um princípio de história silenciosa e desapressada. Talvez encontre no sonho uma liberdade diferente para combinar as palavras que perdi pelo caminho. Porque a neve que cai repetidamente apaga vestígios e reinventa a paisagem como as palavras dão vida a uma página em branco.

sábado, 24 de setembro de 2011

Para bem!

Jola Dziubinska, Cold Cold Heart, 2008

Porque és um bocadinho a minha estrela também, ontem, hoje e sempre, desejo que cresças depressa e que sejas tu por ti mesma, forte e feliz. E que contes comigo sem medida de tempo e sem obstáculos. Não estou longe, estou á distância da tua vontade. Não fui embora de ti nem desisto do quanto gosto de ti, a minha filhota. Vive muito e vive feliz!

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Muros

Anabark, Vigilante (SET2011)

E tão depressa era dia como noite escura e demorava o seu tempo a perceber, pensava. O tempo era redundante, observava. Esperava compreender um dia por que falta cor á noite escura e por que sobra luz ás horas claras. De vez em quando, olhava para dentro e via janelas fechadas. Outras vezes escalava muros para estar mais perto do que não se deixa chegar. E ficava sempre a um palmo de distância do que queria e não compreendia porque não passava do mesmo sítio. Esperava compreender um dia. Esperava. E a noite e o dia confundiam-se e deixaram de acontecer separados. E o muro que separava o dentro e o fora ficou mais alto e difícil de passar. Não compreendia e pensava muito sem perceber nada. Esperava compreender um dia. Esperava esse dia. Primeiro em silêncio, depois, desastradamente, o silêncio quebrou-se. Deixou de haver dias desde então. O muro cresceu. Esperou. As horas claras não voltaram por detrás das janelas fechadas. Esperava. Espera... Nunca compreendeu.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Lá em cima

Anabark, Giants in the sky (JUN2010)

Lá em cima, onde o espaço é infinito e o sol nunca dorme, as nuvens tomam a forma da nossa imaginação. Posso imaginar apenas massas de ar ou inventar-lhes contornos e uma história para contar, em que tudo pode acontecer, ou talvez nada como numa pintura abstracta. Vejo o que quero ver, às vezes vejo fantasmas, projecções de medos difusos que não consigo nomear. Cá em baixo, as nuvens são diferentes, umas vão e outras ficam, indiferentes às estações do ano. Umas são reais, outras nem por isso. São momentos, uns felizes outros não. Vemos o que queremos, tanto bom como mau. Nem sempre os olhos são justos, nem sempre compreendem a paisagem. Às vezes vivemos às escuras e teimamos em nada ver simplesmente. O coração sei que vê para além das nuvens, mas nem sempre confiamos o suficiente para olhar de frente e abraçar a claridade - ficamos parados a inventar fantasmas maiores do que o céu que não tem fim.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Esboço

Anabark, Sky painting (JUL2011)

Por algum tempo achei que sabia o que o amor devia ser e tentei vivê-lo como uma obra-prima inacabada, acrescentada de pormenor na sucessão dos dias. Por algum tempo acreditei na perfeição da obra e dos artistas e entreguei-me ao esboço permanente de uma ideia maior. Por algum tempo ignorei que o Amor se desenha e constrói a quatro mãos, com ideias separadas que é preciso combinar. Por algum tempo confiei no traço exemplar da mais perfeita sintonia e deixei-me desenhar em cores que nunca fui nem sou. Por algum tempo achei que tinha razão, que era crescida, que sabia tudo e que vivia  tudo o que sabia. Hoje não sei nada ou sei coisas que não queria. Mas não morri pelo que sinto. Continuo a acreditar no Amor como obra-prima, não mudei de lugar - a tela, os pincéis e as tintas esperam e a técnica aperfeiçoa-se. E tenho, na alma, uma  calma diferente e uma ideia nova de Amor contra todos os riscos e contra todas as vontades.

domingo, 18 de setembro de 2011

Presunção

Anabark, Passage in time (SET2011)

E quando os dias esperam o que não sabemos, a vida acontece como areia entre os dedos das mãos. E depois entardece e tudo fica mais longínquo, talvez demasiado longe para chegar a tempo, porque o tempo não sobra quando desperdiçado. E pensamos que sabemos o que fazemos e que estamos certos e somos justos. E, por vezes, nem chegamos a dar conta do que deitamos fora com a arrogância de quem não sabe dar valor ao que milagrosamente nasceu em nós como coisa rara. Tornamo-nos coisas ruins, terra estéril, abandonados à imaturidade de tudo querer e não saber guardar o que escolhemos conquistar. Porque, uma vezes, perdemos sem culpa e sem querer, outras vezes, deixamos de cuidar por desmazelo e teimosia e morremos por dentro, aos poucos, porque ficamos sozinhos sem saber voltar atrás. O tempo, que não existe mas que inventamos por conveniência e sentido prático, passa por todos e não se detém. Tudo envelhece e morre, excepto, talvez, as pedras do caminho e o que conseguirmos guardar na alma   durante a caminhada.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Como é que se esquece...?

Anabark, Heart on my wall (SET2011)

Como é que se Esquece Alguém que se Ama? (...)
"Quando alguém morre, quando alguém se separa - como é que se faz quando a pessoa de quem se precisa já lá não está? É preciso aceitar esta mágoa esta moínha, que nos despedaça o coração e que nos mói mesmo e que nos dá cabo do juízo. É preciso aceitar o amor e a morte, a separação e a tristeza, a falta de lógica, a falta de justiça, a falta de solução.
Dizem-nos, para esquecer, para ocupar a cabeça, para trabalhar mais, para distrair a vista, para nos divertirmos mais, mas quanto mais conseguimos fugir, mais temos mais tarde de enfrentar. Fica tudo à nossa espera. Acumula-se-nos tudo na alma, fica tudo desarrumado. 
O esquecimento não tem arte. Os momentos de esquecimento, conseguidos com grande custo, com comprimidos e amigos e livros e copos, pagam-se depois em condoídas lembranças a dobrar. Para esquecer é preciso deixar correr o coração, de lembrança em lembrança, na esperança de ele se cansar."

Miguel Esteves Cardoso in 'Último Volume'

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

De frente

Anabark, Face to face (AGO2011)

De frente para o que vem a seguir, de pé como as árvores e de alma nos olhos. Indiferente ás estações do ano, ao tempo contado no caledário. Grandes são aqueles que gostam de aprender mesmo aquilo que julgam saber, porque existem sempre um lado por descobrir. De cabeça erguida, cara a cara, com o coração aberto  e de alma á janela para receber e partilhar. Descobrir o mundo em cada minuto como se hoje fosse o último dia, porque amanhã quem sabe se vai chegar. Assim são os grandes de espírito, os valentes e nobres de coração. O mundo é infinitamente mais bonito quando descobrimos pedaços de cor numa paisagem de tanta gente e alma nenhuma. O mundo é infinitamente mais bonito quando temos a paciência de pintar o que os olhos alcançam da cor de um abraço sentido e de amar quem nos toca a alma. O Amor é uma pintura inacabada á qual se acrescentam continuamente pormenores em tons de cores infinitas.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Chão de pedra

Anabark, Step by step (AGO2011)

No chão, tantas vezes de pedra dura feita de lições de vida, caminham pés cheios de cautela porque ainda não sabem tudo o que podiam ter aprendido. E quando não se sabe tudo tropeça-se aqui e ali, muitas vezes sem perceber os obstáculos. No chão de pedra fria e cinzenta não se ouvem os passos de veludo que tentam caminhar em linha recta, para além dos muros que a falta de vontade do mundo acrescenta, traiçoeiramente, ao trajecto. Caminha-se em silêncio, devagar mas com suficiente convicção. Tudo o que a vista não alcança existe no sonho e na imaginação e, todos os dias se dão passos nas nuvens à procura de realidade. E as nuvens ensinam-nos que todos os dias são uma hipótese de caminho limpo e cheio de sol. Porque o sonho aquece a pedra e a vontade contrariada. E as nuvens, mais tarde ou mais cedo, serão água. A chuva ensina-nos que nada é permanente, estável e para sempre. Excepto, talvez, a pedra que nos magoa os pés mas nos garante, pela vida, caminho disponível para o que nos falta aprender.

sábado, 3 de setembro de 2011

Atentamente e com cuidado

Anabark, Staring (AGO2011)

A diferença está nos pequenos pormenores e na generosidade do olhar. A diferença está na atenção e no cuidado que dedicamos ás pequenas coisas. A diferença está no que estamos dispostos a aprender do mundo que nos rodeia por insignificante que, á primeira vista, nos pareça. Nada existe fora da nossa vontade de reconhecer o que fica para além de nós. Se não olharmos com atenção, ficamos no mesmo sítio e, ficando no mesmo sítio, andamos para trás, porque o mundo avança todos os dias, não espera por ninguém nem é compatível com a arrogância e o egoísmo dos que se julgam imunes aos outros e cegos a tudo o que se acontece no mundo dos outros. Se não formos generosos e se não deixarmos que a nossa atenção se prenda para além do nosso umbigo, ficamos fechados, reféns do nosso íncomodo em relação ao mundo que desconhecemos, e ficando, isolados, acabamos sozinhos ou, no limite, encostados a outros iguais, que é mesmo que dizer sós. Ninguém espera por quem é indiferente aos pormenores em que nos damos a conhecer.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Amar por definição

John Hamers

Amar é ser indiferente ao tempo que passa e nos envelhece porque, quando amamos, o tempo só incomoda quando estamos longe de quem não queremos deixar de abraçar por um instante que seja. Amar é acreditar que vivemos para sempre porque o que temos dentro é infinito, não se esgota numa vida nem se apaga por força da razão. Amar é confiar que somos capazes de nos dar e receber por inteiro porque no amor não há metades nem partes desiguais. Amar é ficar de pé e não desistir quanto nos foge o chão e o céu cinzento nos amanhece. Amar é saber ouvir para poder conversar porque o que ouvimos aprendemos e reduzimos o erro pela vontade que temos de acertar. O Amor é ter a paciência de gostar incondicionalmente, sem interrupções  nem intermitências, de quem nos ama com igual entrega, porque é um bem raro encontrar amor de igual tamanho. Se acontecer, importa segurá-lo e torná-lo forte para que nos seja sempre firme e infinito. 

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Horizonte

Guiseppe Parisi, 2009

Desabituei-me da pressa de chegar, desabituei-me da noção de distância, de sentir a demora e correr com medo de faltar. Desabituei-me de olhar para o relógio e temer chegar atrasada a todo o lado e a parte nenhuma. Desabituei-me do ponto de partida como ponto de chegada e vice-versa. Desabitei-me do tempo e do espaço como medida de existência. Não tenho pressa nem destino. Porque o destino não existe e a pressa não é solução. Abraço a vontade como luz que vence a escuridão. E oiço as histórias sem tempo gravadas com o coração num horizonte infinito.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Coisas importantes

Anabark, Wilderness [AGO2011]

Olhei à minha volta e vi um mundo cheio de coisas com importância. E concentrei-me para olhar mais de perto pormenores que descurei quando morava num mundo pequeno e fechado, onde apenas havia uma casa, uma rua e um jardim. E quando olhei, descobri que, houve um tempo em vivi num mundo de importância relativa que a ilusão constrói. Dentro de mim, havia coisas cheias de importância desperdiçadas por falta de atenção. Dentro de mim havia um mundo infinito que, de não ter fim à primeira vista, foi abandonado à falta de cuidados. Eu chamava-lhe Amor, mas, se calhar, era só eu a chamá-lo assim e a vivê-lo nessa dimensão de grandeza, sem peso nem medida para além do sopro de vida que só ele contém. Um dia as minhas coisas com extrema importância desequilibram-se e espalharam-se pelo chão. E eu corri muito e corri tudo para as apanhar, mas tudo desapareceu nos buracos que faziam de chão. Hoje, reparo que o mundo à minha volta está repleto de coisas valiosas e que, das minhas coisas cheias de importância, sobrou pó levantado pela tempestade.

domingo, 28 de agosto de 2011

Pedra solta

Gordon W., Rock Leaf Abstract, 2004

A pedra que se atravessa na pressa de chegar magoa-nos a fé de chegarmos inteiros ao fim da corrida. E as pedras somos nós nos passos que damos desequilibrados e cambaliantes, sem saber ao certo o que queremos, o que temos e o que esperamos conquistar. O primeiro obstáculo no caminho seremos sempre nós pelo que não sabemos dar nem receber dos outros, pelo desencontro, pelo despropósito e pelo desperdício. Não sou tudo, não começo nem acabo sequer em mim mas no que sou aos outros no espaço que lhes ocupo na alma. Na viagem que fazemos, o caminho seguro é feito de afectos, do que me dou e do que recebo á minha passagem. Fora desse trilho atravessam-se pedras que nos magoam a caminhada e nos vão despindo de vontade e de fé. E quando deixamos as pedras chegar ao coração morremos antes de a vida se nos acabar. Perdemos e perdemo-nos do essencial. E sem darmos por isso, é tarde demais e contam-se pelos dedos de uma mão as oportunidades de voltar atrás e confiar em quem nos quer bem.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Em alto mar

Geert Goiris, Resonance #41, Liepaja, 2004

Por vezes, naufragamos a vontade e carta de marear e partimos por mares incertos porque estamos vivos e acreditamos que, um dia, havemos de chegar à terra prometida. Por vezes, deitamos tudo borda fora para sentir que alguém nos segura no momento de saltarmos nós também. Por vezes, arriscamos o que temos e o que gostávamos de ter realmente, para sentir que não nos acomodámos a metade nem desistimos de querer tudo por inteiro. Por vezes, galgamos rochas pela costa adentro, para encontrar o tesouro que perdemos em alto mar. Por vezes, encontramos mares de areia onde dantes havia oceanos infinitos de vontade. Por vezes, rasgamos as velas do barco por descuido e ficamos, teimosos, no mesmo sítio à espera de soluções... Por vezes, basta pegar nos remos para evitar os rochedos que barram a chegada a bom porto.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

50 mil visitas

Sanjibm Wne, Glass Splashes, 2010

Hoje, dia 25 de Agosto de 2011, exactamente às 2 horas da manhã, este blog atingiu as 50 000 visitas contabilizadas desde Outubro de 2006. Não que isso tenha alguma coisa de especial ou que a estatística seja importante, mas apeteceu-me assinalar o facto para agradecer a todos quantos estão 'dentro do copo' desde sempre e fazem parte dele, aos que o vão descobrindo e o tornam um hábito, aos que voltam, sem compromisso, depois da primeira vez, aos que por ele passeiam timidamente sem deixar testemunho... 
A todos quantos, por aqui passando, se deixam ficar... obrigado!