Às vezes fico a olhar para as manchas do tecto, outras vezes apetece-me riscar o teu nome nas paredes da cidade. Deixo as saudades incendiarem-me e espalho o fogo à minha volta. Não sei estar quieta com uma floresta a arder por dentro, não sei calar-me quando os meus lábios queimam em chamas de paixão descontrolada. Às vezes sinto tudo isto e, nesses momentos, as manchas que descubro no tecto, para passar o tempo, têm o teu contorno e, quase de certeza, o teu cheiro também. E fujo do impulso de correr para ti e abandonar-me a esta vontade de te ter, o tempo todo, refém do meu Amor. Tento distrair o pensamento, mas tudo acaba e começa em ti. E, entre o que vou pensando em desassossego permanente, o tempo vai correndo em ritmos diferentes - umas vezes, passa com a toda a pressa, outras vezes, tudo fica suspenso, tudo pára na contagem dos minutos que nos separam de sermos de novo Uma. O tempo é injusto com o Amor. As saudades de Amor queimam por dentro o corpo, a alma e o coração. No tecto vejo umas vagas manchas que teimam em mudar de sítio. Não são manchas, são cinzas do incêndio que acontece enquanto penso em ti.
6 comentários:
O querer sempre, todo o tempo! Um incêndio que queima corpo e alma; onde só o amor sentido na pele e alma, pode apagar. Horas que não passam, ou que param; em pensamentos de amor; em que o reencontro parece uma ausência eterna... Um desassogo enamorado! :)
Bjs para as duas!
Incêndio que só se apaga com contra-fogo e apesar de tudo só podes estar feliz porque esse contra-fogo chega!
O que escreves é lindo e revejo-me inúmeras vezes no teu texto =)
Sê feliz*
Belíssimoa prosa "ardente":)
beijos
Angell,
Disseste bem - um eterno desassossego enamorado, um querer sempre e em toda a parte e amar por inteiro e sem limites.
Beijos nossos
Lágrima Azul,
Sê bem-vinda e obrigada pelas tuas palavras que percebem as minhas. :)
Agradeço e retribuo o mesmo desejo: sê feliz tanto quanto eu me sinto.
Abraço
Wind,
Obrigada pela tua presença sempre atenta e apreciadora. :)
Beijos
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