sexta-feira, 27 de abril de 2012

Autocorrecção

Geert Goiris, Resonance #19 - Black Box, 2000

A tristeza tem certamente um fim, como um café que arrefece ou o fumo que desaparece. O tempo passa, as pessoas mudam. Do que não se guardou com amor nada fica. O que não nos fica é porque nunca chegou a ser completamente. A vida não se apaga, mas esquecem-se horas, e ás vezes dias que são anos, no coração que não quer ver nem sente. E a tristeza chegará a um fim, arrumada numa caixa selada, como tudo o que não é eterno nem infinito. O tempo passa e as pessoas mudam, mudam-se e desaparecem também. Longe da vista nada existe, seguramos apenas a ideia de que tudo continua no mesmo sítio em que foi visto pela última vez, mas pode não ser. Quem não vê não sente e, assim, a tristeza, como a felicidade, chegará ao fim. Um café que arrefece e fumo que desaparece no tempo que nos passa são tristeza acabada e luto cumprido. Não se deve chorar para sempre quem não nos ama eternamente.

2 comentários:

Cris disse...

A tristeza tem de chegar ao fim. És rara, adulta no que sentes, sabes amar como ninguém - mereces um amor tão infinito quanto o teu. :)

Always disse...

Obrigada Cris, pelas tuas palavras e pelo voto de confiança. Não sou perfeita, ninguém é (e ainda bem), mas sou adulta no que sinto, sim, e persistente também, para mal dos meus pecados,lol...:)

Beijos!