segunda-feira, 13 de novembro de 2006

A medida exacta do imesurável

Anabark - Profundidade (SET06)

E não é no amor que não nos chega que descobrimos a medida exacta do amar?
O sentido das coisas está na força com que elas nos alteram a forma organizada como entendemos o mundo. Nada é o que julgamos ser com tanta certeza. Tudo pode ser de outra forma qualquer, basta que para isso nos demos conta de um sentir diferente do planeado.
A vida não acontece num todo mas nos dias partidos um a um, na soma das partes do que somos ou julgamos ser. A verdade que se descobre, e que nos descobre, vem em doses separadas e o amor que é tudo pode tornar-se nada, porque, às vezes, não somos suficientes para segurar e fazer acreditar o 'nós' que planeamos quando sonhamos acordados.
Às vezes, esquecemos a inevitabilidade da hipótese de fim que todo o princípio pressupõe. E caimos. E aprendemos um pouco mais sobre a medida exacta do amor que se diz infinito e da fronteira entre o delírio e a realidade. E assim se nos descansa a alma para voltarmos a respirar.


4 comentários:

Anónimo disse...

... de baixo de água.

Um sorriso cor de Lua cheia vista através da água do mar

D. disse...

Acho que amor infinito só de mãe para filhos, é o que eu sinto... Talvez um dia conheça esse amor infinito por outra pessoa, sem ser os meus filhos.
Beijo ;)

Anónimo disse...

O amor é infinito enquanto existe. De resto não pode ser mais nada senão ausente, embora no fundo da derme, partes dele nunca nos deixem.
Quanto às quedas, à ausência, são tb um prelúdio de uma nova camada de pele, o ressurgir do amor.
Este encerra-se assim nesta membrana transparente, e acompanha-nos até ao fim dos tempos, para, por fim, se soltar.
Se é mesurável... :)
Não sei.

Always disse...

Analogic,

Respirar debaixo de água é saber que seguimos vivos.

Um abraço por entre as estrelas do céu caídas no fundo do mar.

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D.

Não tenho filhos, mas dou-te razão: infinito e incondicional a ter de ser, será como dizes. De resto, tudo tem um prazo de validade.

Um beijo para ti.

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SK,

Sem dúvida, infinito é o tempo em que acontecemos no amor a acreditar que é para sempre. E quando deixa de ser, ainda assim sobrevive algures numa parte de nós que não podemos desmanchar.

Sobrevive-se à queda de impérios - nascemos e morremos as vezes que forem precisas por e para além do amor.