Anabark, Origem (AGO2011)
Não escolhemos o que somos na essência. Não podemos, somos prisioneiros dessa condição primordial, determinada por uma arquitectura genética e ontológica. Mas construimos quem somos como tarefa inacabada até ao dia em que morremos, e não morremos completamente se aquilo em que nos contruímos deixar saudades naqueles que fizeram parte da nossa vida. Não escolhemos quem somos mas podemos decidir como o somos na nossa relação com o mundo. É nessa escolha que nos definimos como pessoas perante os outros. É esta identidade construída e exposta que nos faz ser gostados, amados, ignorados ou rejeitados. Queremos ser gostados acima de tudo! Porque precisamos de confirmação do nosso trabalho de autoconstrução, precisamos de afectos que nos validem escolhas. Precisamos desse equilíbrio porque sem ele nascemos e vivemos e ninguém dá conta de nos ver passar. Precisamos do abraço de quem nos vai conhecendo, porque é nesse abraço que existimos. Os afectos que despertamos, e nos despertam são a vida a acontecer em nós. A nossa existência adquire sentido no que nos damos e sabemos receber dos outros, Não amamos porque amamos, amamos porque a essência de alguém nos toca de tão perto que está da nossa - o Amor é tudo menos relativo.
Sem comentários:
Enviar um comentário