terça-feira, 28 de novembro de 2006

Roubar tempo ao tempo

Escultura de Rui Chafes «Durante o Sono», 2002


Distraída dou por mim a perguntar-me o que fazer
quando nos sentimos correr contra o tempo,
como árvores estranguladas na floresta da chuva...
Felizes os lugares sem história e as histórias sem tempo
felizes aqueles que perdem tempo
por não saberem que ele existe
Eu vou passando o tempo a pensar o tempo que passa
sem saber se é o tempo que me falta
ou se faltarei eu ao tempo...
... a esse tempo que passa
ao tempo que não fica
o tempo que não espera
esse tempo ausente que não consigo alcançar
Não é a corrida que me pesa
mas o passo vagaroso que me prende
à incerteza de chegar ou não a horas

11 comentários:

Anónimo disse...

penso: no imenso das areias dos dias, não será o tempo miragem de vontades?

Abraço

P.s. confio-te as minhas botas de léguas... com elas nos pés, saltas galáxias.

Always disse...

Sim, tens razão os dias são de areia e o que deles sobra é o que a vontade souber cumprir.

Agradeço-te as botas de léguas. :)
Reparo que quando relativizo o tempo, deixo de estar atrasada.

Anónimo disse...

E sempre a incerteza, essa medusa que nos atrasa... torna vagoroso o passo, mas também a vontade, e a existência, e no fim e outra vez o tempo.

Com as botas das 7 léguas o tempo é tão relativo e nunca-jamais-em-tempo-algum se chega (ou parte) atrasado :)

S.Star

Always disse...

Sabes, o mais chato nisto do tempo passar a correr é que envelhecemos e, às vezes, é tarde demais.

Anónimo disse...

penso: o que é tarde quando acontecemos?

abraço-anacrónico

Anónimo disse...

olha encontrei o meu relógio, cronobiológico, sem ponteiros. fica aqui para refazeres horários.

abraço tic-tac

Always disse...

analogic

Nunca é tarde quando acontecemos.
Acontecemos com pontualidade irrepreensível... ou não aconteceríamos sequer.

Always disse...

analogic_ó_clock:

Obrigada! Nem imaginas o jeito que faz o teu relógio cronobiológico... estou a refazer horários e os meus ponteiros andam meio distraídos!

Um abraço sem contar o tempo!

Anónimo disse...

Sr.ª Analogic

Estive quase a escrever que "sim senhora, é verdade, desde que aconteça nunca é tarde", mas depois olhei pela janela e lembrei-me de que quando recordo o meu pai sinto que foi há tanto tempo e sinto-lhe o peso... e é como a Miss Always diz, "às vezes, é tarde demais".

Agradeço-lhe, porque mima com os melhores tesouros esta mulher extraordinária que é a Miss Always e, afianço-lhe, "forever young".

S.Star

Always disse...

Star

Hahaha.... qualquer dia peço à Publicards para fazer uns postalinhos a meu favor! :)

PS - Analogic, não acredites na última linha do último parágrafo deste post da Star que é uma exímia profissional do mundo da Publicidade... está tudo dito!

Anónimo disse...

Sr.ª Star

O que digo, é que no que sentimos, principalmente do que nos ultrapassa, nunca é tarde para lhe dar-nos uma leveza (mesmo que por vezes insustentável). Nunca deverá ser tarde para nos libertarmos de uma qualquer força gravitica que nos impeça o levitar da compreensão sobre os altos e baixos do viver.

abraço-mimo