Escultura de Rui Chafes «Durante o Sono», 2002
Distraída dou por mim a perguntar-me o que fazer
quando nos sentimos correr contra o tempo,
como árvores estranguladas na floresta da chuva...
Felizes os lugares sem história e as histórias sem tempo
felizes aqueles que perdem tempo
por não saberem que ele existe
Eu vou passando o tempo a pensar o tempo que passa
sem saber se é o tempo que me falta
ou se faltarei eu ao tempo...
... a esse tempo que passa
ao tempo que não fica
o tempo que não espera
esse tempo ausente que não consigo alcançar
Não é a corrida que me pesa
mas o passo vagaroso que me prende
à incerteza de chegar ou não a horas
11 comentários:
penso: no imenso das areias dos dias, não será o tempo miragem de vontades?
Abraço
P.s. confio-te as minhas botas de léguas... com elas nos pés, saltas galáxias.
Sim, tens razão os dias são de areia e o que deles sobra é o que a vontade souber cumprir.
Agradeço-te as botas de léguas. :)
Reparo que quando relativizo o tempo, deixo de estar atrasada.
E sempre a incerteza, essa medusa que nos atrasa... torna vagoroso o passo, mas também a vontade, e a existência, e no fim e outra vez o tempo.
Com as botas das 7 léguas o tempo é tão relativo e nunca-jamais-em-tempo-algum se chega (ou parte) atrasado :)
S.Star
Sabes, o mais chato nisto do tempo passar a correr é que envelhecemos e, às vezes, é tarde demais.
penso: o que é tarde quando acontecemos?
abraço-anacrónico
olha encontrei o meu relógio, cronobiológico, sem ponteiros. fica aqui para refazeres horários.
abraço tic-tac
analogic
Nunca é tarde quando acontecemos.
Acontecemos com pontualidade irrepreensível... ou não aconteceríamos sequer.
analogic_ó_clock:
Obrigada! Nem imaginas o jeito que faz o teu relógio cronobiológico... estou a refazer horários e os meus ponteiros andam meio distraídos!
Um abraço sem contar o tempo!
Sr.ª Analogic
Estive quase a escrever que "sim senhora, é verdade, desde que aconteça nunca é tarde", mas depois olhei pela janela e lembrei-me de que quando recordo o meu pai sinto que foi há tanto tempo e sinto-lhe o peso... e é como a Miss Always diz, "às vezes, é tarde demais".
Agradeço-lhe, porque mima com os melhores tesouros esta mulher extraordinária que é a Miss Always e, afianço-lhe, "forever young".
S.Star
Star
Hahaha.... qualquer dia peço à Publicards para fazer uns postalinhos a meu favor! :)
PS - Analogic, não acredites na última linha do último parágrafo deste post da Star que é uma exímia profissional do mundo da Publicidade... está tudo dito!
Sr.ª Star
O que digo, é que no que sentimos, principalmente do que nos ultrapassa, nunca é tarde para lhe dar-nos uma leveza (mesmo que por vezes insustentável). Nunca deverá ser tarde para nos libertarmos de uma qualquer força gravitica que nos impeça o levitar da compreensão sobre os altos e baixos do viver.
abraço-mimo
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