Porque insistiram e porque cumpro sempre aquilo que prometo, aqui fica o relato da minha primeira aventura no estranho mundo BDSM. Depois não se queixem que não foram avisados.
Numa tarde sossegada de Novembro último, estou eu no meu gabinete a fingir que trabalho e toca o telefone. Do outro lado oiço a voz de uma amiga minha (S.) que, sem rodeios e muita descontracção, vai directa ao assunto:
S - Tu não te importas de sair com o meu marido no sábado à noite?
Não levei a sério a proposta e soltei uma gargalhada que ela interrompeu dizendo:
S - Olha lá, tou a falar a sério! Tu és tão maluca como ele, estão bem um para o outro e tenho a certeza que só tu para o acompanhar na maluqueira que se lhe meteu na cabeça agora!
E vai daí pede-me para acompanhar o marido (que me acha muita piada...) a uma festa sadomasoquista, ou melhor, BDSM e Fetichismo (com dress code e tudo) - para quem não sabe, o B é de Bondage (desculpem mas não sei como traduzir isto), o D é de Dominação, o M de Masoquismo e o S de Sadismo. E eu, que até gosto de roupa de cabedal e de me vestir de preto, aceitei (por curiosidade científica, mais nada), apesar de achar que a minha amiga não devia estar muito boa da cabeça para me pedir para sair com o marido, sabendo que ele me acha MESMO MUITA piada. Eu ainda lhe disse:
Eu - Tu não achas que isso é uma proposta indecente nem nada, uh? Não tens medo de ficar sem marido?
S. - Não, tenho mais medo de ficar sem a amiga. O marido é livre de fazer o que bem entender.
Eu - Hahaha... Pronto, tá bem eu vou, já que és tão jeitosa a pedir...
S. (muito acelerada) - O J. vai ficar tão contente, está sempre a falar em ti, adora-te. Vou ligar-lhe e depois ele liga-te e vocês combinam.
Meia hora depois, liga-me ele. Convém dizer que o J. viveu durante alguns anos nos EUA, é um gajo muito despachado e de mentalidade arejada, coisa que a S. nem por isso. Estão casados há 3 ou 4 anos e têm um filhote de 18 meses. Lá pelos EUA, o J. já tinha frequentado umas festas sadomasoquistas, porque é muito curioso (palavras dele) e porque aprecia muito a parte visual da coisa (e por isto entenda-se que gosta de gajas em lingerie de cabedal e espartilhos de vinil e latex, etc). Estava morto de curiosidade para ver como seriam essas coisas à portuguesa, mas a S. não acha piada nenhuma a estas 'fantochadas de gente doida', por isso, quando ouviu num programa de rádio falarem de uma festa BDSM em Lisboa, ficou muito entusiasmado e pensou logo que eu iria alinhar em ir com ele (boa J., acertaste). Combinamos convidar mais um ou dois amigos para fazer número e explicou-me que tinhamos de ir vestidos a rigor ou então de preto integral. No problem. Nesse mesmo dia lembrei-me de convidar uma amiga, a I., que é uma gaja sempre pronta para alinhar em brincadeiras e novas aventuras, sejam elas saltar de paraquedas ou, simplesmente, mostrar as mamas em público (ou apalpar as minhas). No entanto, era a sua estreia em festas sadomasoquistas.
No dia da festa, jantámos no Taborda, na Costa do Castelo, o J. veio ter com a gente depois de jantar com a família e seguimos a pé para o Santiago Alquimista, local que acolhia a festa que, por acaso, era privada, porque o Santiago Alquimista é um espaço nocturno respeitável e não um antro de perdição, caso estejam já a pensar isso. Estavámos lindos, passámos pela primeira barreira de gente vestida a rigor sem dar muito nas vistas, pagámos a entrada, recusei a deixar o casaco no bengaleiro (este pormenor é importante mais adiante) e entrámos no espaço fabuloso que é o Santiago Alquimista.
Pois bem, aquilo estava irreconhecível. Duas centenas de pessoas, vestidas a preceito, alguns oscilando entre cópias do Marilyn Manson e skinheads sadomaso, muitos fetischistas e algumas dominatrixes e escravos com coleira e trela e híbridos semi-nús e coisas não fácilmente identificáveis, passeavam-se ora pelo palco ora pelos dois andares do clube. A música estava fantástica, techno-industrial do melhor, com um DJ que sabia bem o que fazia, e o calor insuportável.
No palco vários aparelhos montados, uma cruz e algumas cordas penduradas iam sendo usados por 'especialistas' convidados para fazer pequenos números artísticos e didáticos de algumas das práticas SM mais soft. Eu estava profundamente desiludida porque as demonstrações (provincianas) no palco não me convenciam, o J. muito feliz porque havia latex e vinil everywhere e a I. ia aproveitando o momento, pura e simplesmente. E depois havia os cromos que, claro está, vieram ter com a gente, mas de forma inofensiva.
E eu cada vez mais a destilar com o calor que ia aumentando com as pessoas que já eram mais de quinhentas, as luzes, a música e o ambiente. Fomos mudando de sítio para ter outra perspectiva do palco e não só e acabámos num canto do primeiro andar onde um grupo de dominatrixes e escravos meios nús iam fazendo o seu número, ou seja, os rapazinhos deitados no chão e elas passeando por cima deles com saltos agulha de 12 centímetros a espetar-lhe os peitorais e os genitais, enquanto eles agradeciam e lambiam os pés das donas. Isto passava-se a meio metro de mim e, ao fim de uma hora, e de apenas UM vodka-limão, enquanto J. ia explicando a I. algumas coisas sobre coisas que excitam os homens e não as mulheres (depois de eu ter dito alto e bom som que gostava de saber como é ter erecção e ejaculação), respondendo a perguntas que iam acontecendo na nossa conversa tão estranha quanto o ambiente, eu comecei a ficar muito branca. Mesmo muito branca, tão branca que só me lembro da I. me perguntar preocupada:
I. - Ó A., tás bem, linda?
Eu (meia taralhoca, mais para lá do que para cá) - Tou a morrer de calor e um bocado tonta...
E mal acabo de dizer isto caio redonda no chão, mesmo ali ao lado dos rapazinhos que continuavam a ser pisados pelas dominatrixes. O blackout demorou menos de 20 segundos, porque mal atingi o chão acordei e pedi para ficar assim deitada! Era tão normal que ninguém estranhou, toda a gente achou que eu estava a candidatar-me para ser alvo da atenção das dominatrixes - elas próprias pensaram o mesmo. O J. e a I., um pouco aflitos à minha volta, foram aliviando-me de alguma roupa (agora já perceberam o pormenor do casaco num ambiente de 40 graus ou mais). Apressei-me a sentar (no chão, não havia nem mesas nem cadeiras disponíveis) em vez de permanecer deitada, não fossem as dominatrixes deixar os moços e resolver experimentar carne nova.
E então deu-se um fenómeno de massas: aproveitando o facto de eu estar sentada no chão, a rir de mim mesma e da situação, o J. e a I. sentaram-se também e, em menos de cinco minutos, toda a gente à nossa volta que estava de pé há horas, nos seguiu o exemplo e, de repente, duas dezenas de pessoas, voyeurs como nós, distribuíam-se pelo chão na maior descontracção. Criámos uma tendência o que demonstra bem o fenómeno do mimetismo.
Muita coisa mais se passou por lá, coisas que envolviam cordas, chicotes, cera de velas a arder, gajas que eram gajos (disseram-me porque, para mim, eram gajas, mas pronto eu fui daquelas pessoas que, no filme «The Crying Game»/ Jogo de Lágrimas, de Neil Jordan, não perceberam que 'ela' era 'ele' até ao momento da revelação...).
Saímos de lá no final da festa, eram 5 da manhã, mas não fomos para casa porque a I. lembrou-se que era giro continuar a noite num clube de sexo ao vivo, já que nem eu nem o J. tínhamos vivido essa experiência (aqui alerto para o facto da I. ser bem mais novinha do que eu e o J. que, por sua vez, é mais novo do que eu). Àquela hora encontrar em Lisboa um sítio aberto para ver sexo ao vivo não é fácil e nós bem que tentámos, mas isso já é outra história.
Quanto às minhas aventuras no reino do BDSM, elas não ficaram por aqui porque o J. voltou a telefonar-me várias vezes e, duas semanas depois, lá me convenceu a ir à inauguração do clube «4Sin», mas isso é, também, outra história de twilight zone que, contada ninguém acredita tenho quase a certeza... mas eu tenho testemunhas.
19 comentários:
...tu não percebeste que ele era ela?!
(o resto dos comentários ficam para mais logo que eu levantei-me à meia hora e ainda não estou a funcinar a 100%, além de me ter de concentrar para iniciar o dia...:D )
LOL
LOL... Estás mesmo ainda a dormir... (e eu também e tenho de me despachar).
Só para dizer que eu, às vezes, não distingo muito bem as 'coisas' - no filme «Jogo de Lágrimas» (1992), não percebi mesmo que a Dil/Jaye Davidson era um GAJO, por isso fiquei tão de boca aberta quanto o Fergus, o personagem interpretado pelo Stephen Rea, ao descobrir que estava apaixonado por um 'ele' que pensava (e parecia) ser uma 'ela'.
Viste o filme? É lindíssimo!
Desejo-te um bom dia! :)
Bjo
PS - Então, diz-me lá, achas que a minha história tem cenas 'macabras'?
Ah!! Eu também não percebi que 'ela' era um 'ele' (e sim, o filme é lindíssimo e muito revelador em relação a essa máxima de que nem tudo o que parece é...)
E quanto às cenas BDSM... well, you are a brave one I see!! Eu desfaleceria sim, mas de pânico! Essas coisas assustam-me por estarem já na fronteira entre a normalidade e algo que nem consigo definir. Aceito que haja quem obtenha prazer através do acto de infligir/receber dor, mas não me consigo identificar de maneira nenhuma... :S It's a weird world we live in... mas ainda bem que há diversidade, senão a vida seria uma tremenda chatice! :P
Mas conta mais, diversifica-te nos temas, que a gente cá estará para continuar a acompanhar as tuas aventuras! :)
Pró ano há mais!Já anunciaram.
LOLLLL
Esquisito a valer são aquelas pessoas que gostam de infligir dor nas outras magoando-as onde mais doi: na alma e na mente.
E na maioria das vezes, nem pedem licença, são umas mal-educadas.
As pessoas que gostam de BDSM e-tudo-e-tudo ainda pedem licença...
Miss Always,
A-d-o-r-e-i a exposição pública da tua aventura eheheh!!
É outra forma de BDSM :)))
Kissa fazer um chupão no teu pescoço, UAU!!!
S.Star
lol, gostei da tua história, confesso que esse tipo de cenas me faz muita impressão. Não entendo como se pode ter prazer com dor.
Já agora conta mais histórias:))))
bjs
SS tens muita razão naquilo que dizes... essa é que é essa! E as dores de alma custam muito mais a passar que essas outras que advém de alguma forma de sofrimento físico que nos inflingem.
Para mim o SM causa-me estranheza mas se calhar para quem participa nesses actos de forma consentânea é tudo mais natural e se calhar até mais justificável do que pessoas que se comprometem com aquilo que não podem ou não devem e depois de nos enrodilharem de tal forma voltam atrás com os seus compromissos. E que nos deixam nas esquinas da vida segurando copos vazios sem sabermos muito bem o que fazer ao raio do copo que continha um líquido tão precioso misto de amor, abnegação e também de alguma dor consentida... não é justo de facto!
Ops!
Pois é...
...ELA era ELE?! ...
LOL
Cada vez me é mais difícil acordar de manhã.
Eu até acho que às vezes chego ao trabalho ainda 25% adormecida. :)
Vi o filme, gostei imenso. Ainda o tenho em K7, gravado há muitos anos no canal 2.
Quanto à tua história... e às cenas macabras...
Não!
Acho que não. Pelo menos que tu tivesses contado :D
Eu só consigo perceber esta coisa do masoquismo na devida comparação com as minhas dores de dentes... é que eu, ao contrário de outras pessoas, gosto da maior parte das dores de dentes... e tolero muito bem (houve uma ou duas – dos dentes do siso – que me fizeram tomar analgésico, mas de resto eu até faço pior…) vá-se lá entender…
Quanto ao sadismo... bom aí... não creio que lhe consiga encontrar algum prazer, na dor física.
O que eu gosto de ver quando as pessoas tomam do seu próprio veneno... eheheheh
Será sadismo, isto?
:)
Bjo
:PP mas SK a questão é saber se gostas de ter essas dores, se isso te dá prazer...
Que haja quem goste de fazer sofrer alguém, fisicamente, aí até pode ser uma mística qualquer que associe o prazer que se poderá obter do poder de fazer alguém sofrer... talvez digo eu, que mesmo assim me sentiria horrorizada se sentisse que estava fisicamente a inflingir dor em alguém se o que eu pretendesse fosse dar prazer a essa pessoa.
Agora que a pessoa possa sentir prazer, ou mesmo obter prazer, pelo facto de estar fisicamente a sentir dores... isso ultrapassa-me completamente. Eu também tenho uma grande tolerância à dor (fiz dois partos sem anestesia) mas daí a obter prazer da dor... huummmmm... isso é que já me é muito muito estranho!
Mas claro, a gente tá sempre a aprender, não é? :)
Gostei. Aguardo por mais aventuras.
Confesso que esse universo me intriga, sobretudo por envolver violência, mas penso que não pensaria duas vezes em conhecer mais de perto essa realidade. Bem, uns tau-taus de vez em quando até sabem bem, desde que não sejam dolorosos. ui ui
LoL Always,
que bela estreia nos meandros do universo BDSM. Chegaste e "abancaste", hehe.
Só não entendo o porquê da desilusão. Estavas à espera do quê? Câmaras de tortura medievais? :P
Infelizmente, ou não, a ideia generalizada e preconceituosa do que BDSM significa não tem nada a ver com a realidade.
Na minha humilde ignorância, deixem-me explicar o meu ponto de vista. E tenham em conta que eu não sou nenhuma "expert" neste tipo de matérias. Simplesmente tive curiosidade (não científica) e fui à procura do conhecimento na fonte.
A realidade é que o acto de infligir dor física (atentem para este pormenor) pode ser considerado como um acto de amor. E para aquele que se sujeita à dor física, o mesmo pode ser visto como um acto libertador.
Todos nós temos os nossos limites de tolerância à dor. Uns mais, outros menos. Não é isso que está em questão. Numa relação SM, assumida e consentida (sempre) a palavra-chave é respeito. Respeito pelas fantasias, e pelos limites do prazer e da dor de cada um. A partir daí é a imaginação que dita as regras.
Quem é que não gosta de sexo? Quem é que não gosta de andar na montanha-russa? Quem é que não gosta de conduzir a alta velocidade? Quem é que não gosta de praticar desporto?
Todas estas actividades físicas (e muitas outras) despoletam no nosso organismo a libertação de substâncias bio-químicas (i.e. adrenalina) que transmitem ao cérebro a sensação de prazer. Ora, o prazer é uma gratificação emocional que nos dá uma sensação de paz e alegria. Em casos extremos pode até dizer-se que é uma expressão de amor.
No fim de um dia de stress quem é que não gosta de receber uma boa massagem para libertar a tenção acumulada ao longo do dia? Tudo isto são exemplos de libertação de energia (as tais substâncias bio-químicas).
No BDSM, a fronteira entre prazer e dor é muito ténue. Mas, quando existe respeito e confiança, tudo é possível, tanto para quem liberta, como para quem é libertado. E a experiência pode ser muito gratificante.
Quanto à parte prática da coisa, bem, eu gosto de pensar que "gostos não se discutem". Se há quem goste de levar umas chibatadas com um chicote de cabedal, eu dispenso. Mas se tiver mesmo que ser, prefiro umas plumas, hehehe.
P.S. - Espero não ter dito assim nenhuma "bacorada" monstruosa na parte das ciências da natureza humana. Se o fiz, agradeço o respectivo correctivo. Mas sem chicote, por favor ;D
A propósito do tema vale a pena ver este clip:
http://www.youtube.com/watch?v=onC0SWfve7I
Blue,
I'm NOT that brave, amiga. Mas a minha curiosidade científica fala sempre mais alto! :)
Não me identifico minimamente com formas de prazer baseadas na violência. Mas considero que o que dois adultos (ou mais) fazem consentaneamente, com prazer e sem danos morais, na sua intimidade, não deve ser objecto de recriminação por parte de quem está do lado de fora.
Devo dizer que achei o ambiente extremamente correcto, civilizado e baseado no respeito do indivíduo. Acrescento que, apesar da imagem pré-concebida que as pessoas têm do meio BDSM, a realidade é bem diferente - só vi gente bem formada, sofisticada e com regras de sociabilidade irrepreensíveis, coisa rara na noite de Lisboa nos meios ditos 'normais' e muito 'in'.
Respeito a liberdade alheia, tal como gosto que respeitem a minha.
Um abraço grande.
Querida Star,
Esse kiss-chupão no meu pescoço não aleija, muito pelo contrario. Adoro-te! :))))
Tens muita razão, sádicas são as pessoas que inflingem dor na alma e na mente de quem gosta delas. No meio BDSM conseguem ser bem mais civilizados do que isso.
PS - À excepção da I., conheces os protagonista da história, portanto podes imaginar o 'filme'...lol.
Wind,
Embora não percebendo o prazer da dor, tenho de aceitar, sem julgamento crítico de espécie alguma, que há gente que é feliz assim.
Obrigado pelo clip do youtube - fartei-me de rir. :)
Falta contar o segundo episódio no reino do BDSM - esse sim, bem à portuguesa e sinistro, no sentido de ridículo e de rir às lágrimas. Fica para outra altura.
Histórias engraçadas não me faltam, mas este é um copo dedicado ao vazio... ;)
Bjo
SK,
Não páras de me surpreender!! Gostas de dores de dentes?! Isso sim é masoquismo. Eu tenho horror a qualquer tipo de dor. Bater ainda vá, algumas pessoas merecem uma boa tareia, mas fora do contexto do prazer e mais no contexto de satisfação pessoal em fazer justiça. E também tenho prazer quando as pessoas bebem do seu próprio veneno. lol
Não contei as cenas macabras porque isto é um blog de gente decente. ;)
Bjo
Blue,
Deixa-me citar-te, pela verdade que as tuas encerram:
"SM causa-me estranheza mas se calhar para quem participa nesses actos de forma consentânea é tudo mais natural e se calhar até mais justificável do que pessoas que se comprometem com aquilo que não podem ou não devem e depois de nos enrodilharem de tal forma voltam atrás com os seus compromissos. E que nos deixam nas esquinas da vida segurando copos vazios sem sabermos muito bem o que fazer ao raio do copo que continha um líquido tão precioso misto de amor, abnegação e também de alguma dor consentida... não é justo de facto!
Não tenho nada mais a acrescentar àquilo que tu aqui tão bem expressaste.
Renovo-te o meu abraço. :)
desabafos,
Acho que vais ter muitas oportunidades de conhecer esta realidade, já que esta festa não é um caso isolado.
A minha segunda aventura foi desastrosa. Estava à espera de uma coisa e saiu-me outra. Senti-me num filme de Fellini, quando era suposto sentir-me mais na «História d'O» (Histoire d'O, de Just Jaeckin, 1975, França).
Whitesatin,
Depois do teu esclarecimento, eu não acrescento nem mais uma linha. Disseste tudo. Vou só destacar duas frases-chave tuas do que eu entendo também do BDSM:
1 - A realidade é que o acto de infligir dor física (atentem para este pormenor) pode ser considerado como um acto de amor. E para aquele que se sujeita à dor física, o mesmo pode ser visto como um acto libertador.
2 - No BDSM, a fronteira entre prazer e dor é muito ténue. Mas, quando existe respeito e confiança, tudo é possível, tanto para quem liberta, como para quem é libertado. E a experiência pode ser muito gratificante.
Está tudo dito!
Quero só acrescentar que eu também gosto mais de plumas e festinhas meigas. :)
Quanto à minha desilusão, enfim, estava à espera de menos plástico e mais cabedal gótico e aparelhos sofisticados. Aquilo pareceu-me pouco sério e mais animação de feira. Mas pronto, era uma festa 'didática' para principiantes, não era the real thing, isso eu percebi logo a seguir. Também não era o local indicado. Os dungeons serão bem diferentes de uma festa aberta ao público.
Bjo
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