quarta-feira, 7 de março de 2007

E = mc2

Zenmatt, Snowflake glove. Magic abounds, 2006

Porque acredito que tudo na vida é relativo, às vezes, é reconfortante encontrar nas ciências exactas princípios que validam a nossa observação do mundo e que nos reasseguram de coisas que pensamos de forma emocional (e, portanto, sem grande sustentação), porque, às vezes, precisamos de demonstrar a nós próprios que temos razão. E quando me faltam argumentos contra mim ou a meu favor, dá-me sempre jeito evocar a Teoria da Relatividade de Einstein, da qual, no meio de todos os cálculos e explicações matemáticas que não entendo, fixo a teoria e alguma filosofia que, teimosamente, lhe atribuo.
A relatividade do tempo fascina-me do princípio ao fim, partindo do pressuposto que existe um fim e um princípio. Supondo que me dispunha a medir o intervalo de tempo gasto na ocorrência de um fenómeno, aprendi (com alguma dificuldade e enorme incerteza quanto à correcção do meu entendimento do que li...) que uma das consequências dos postulados de Einstein é que o valor do intervalo de tempo depende do ponto de referência do observador. Ou seja, se tivermos dois observadores situados em dois pontos de referência (inertes) diferentes, mantendo velocidade constante um em relação ao outro, os intervalos de tempo medidos por esses observadores serão diferentes. Segundo o que percebi (não é certo que seja assim, mas existem boas probabilidades de eu acertar) parece que um relógio que esteja num ponto de referência que se mova em relação a nós "anda" mais devagar do que nosso relógio.
Resumindo a teoria da relatividade do tempo (e não da relatividade geral, que isso é um assunto mais complicado que ainda vou demorar alguns anos a aprender completamente), o intervalo de tempo em que dois eventos (emissão e recepção de luz) ocorrem no mesmo local, é designado de tempo próprio. Para qualquer outro ponto de referência inerte o intervalo de tempo é maior do que o tempo real. Pois bem, a boa notícia nisto tudo é que esta relação é válida para todos os processos físicos, incluindo reações químicas e processos biológicos.
E pronto, explico assim as divergências de perspectiva de um mesmo fenómeno, envolvendo dois observadores em pontos de referência distintos. Torna-se, assim, muito mais fácil compreender as diferenças e relativizá-las, situando-as num determinado contexto, de acordo com a experiência de cada observador. E mesmo que estejamos a falar da mesma coisa, a ciência demonstra e comprova a existência de tempos de observação diferentes de um mesmo fenómeno e isso deixa-me muito mais descansada, mas feliz, nem por isso. Ainda bem que existem pessoas excepcionalmente inteligentes que perdem vidas inteiras em busca de uma equação matemática que nos descomplica a vida. Que seria de nós sem esses génios loucos?

23 comentários:

wind disse...

Amanhã leio, hoje mt cansada de tudo

Always disse...

Espero que estejas bem!
Descansa. Bons sonhos.

Bjos

Anónimo disse...

Pois... mas uma coisa é a teoria, outra é a prática.
É que depois nós até pedimos para que nos dêem alguma aplicabilidade a essa equação e... népia. Teoria, teoria, teoria… :D

Always disse...

Não é bem asim. Eu, por exemplo, aplico muitas vezes a teoria da relatividade no meu dia a dia e resulta.

Bjo Gr

(' ') disse...

Ainda vou "relativizar" mais as coisas:

Estudos, relativamente, recentes colocam a teoria em cheque pois há vários cientistas, de entre os quais 1 português, do qual agora não me lembro o nome, q questiona a "c", (velocidade constante da luz), parece q ela não é assim tão constante...

Ontem,aliás, hoje cedo ou tarde, já não sei bem, não comentei pq me doíam os olhos de tanto chorar,por questões mt relativas mm...

Jaime disse...

Apesar de tudo, para cada observador diferente o tempo é sempre absoluto a partir daquele ponto de referência que é o seu. Não é o tempo que é relativo, é a posição de cada um, o pensamento (processo mental de pensar) é sempre absoluto. O resto é uma questão de semântica...

Beijos

Blue disse...

Não percebi metade do que escreveste mas sei que o tempo é uma medida absurdamente relativa e acho que qualquer uma de nós sente isso. Afinal há horas que nos parecem passar em segundos e há minutos que duram uma eternidade.

Talvez seja apenas da importância que dás ao tempo que vives em cada momento...

Beijo grande e obrigada.
(Continuo preocupada, ligo-te mais tarde!)

Sandra Marques Augusto disse...

Miss Always,

Sendo tu já tão sensual, de cada vez que te pões a comentar teorias tornas-te irresistivelmente sensual! Ui, ui, até queima!

Perfeita, perfeita só mesmo tu, chiça!

Já agora e em relação aos génios, deixo aqui o comentário dum intelectual da Idade Média, cujo nome não me recordo: "Somos anões aos ombros de gigantes".
Que é como quem diz: se não fossem os pensadores/cientistas que o precederam o Einstein não teria conseguido coisa alguma.
Mas, afinal, juntou-se aos Aliados e o poder da propaganda/marketing é, de facto, extraordinário.

AM=MA+SS (amor é igual a Miss Always mais S.Star)

S.Star

whitesatin disse...

A Teoria da Relatividade é óptima para explicar o inexplicável.
Também a uso quando me deparo com o absurdo :D

Quanto à filosofia do Tempo, tenho cá a minha própria teoria em fase de estudo.

Gostei desta abordagem :)

1 abraço

wind disse...

Tu és um génio louco. gargalhadas. Isto tudo para expicares a tua relação.lololol. beijos

wind disse...

*explicares

Anónimo disse...

Sim, eu tb acabo por aplicar qd se trata da tal questão relativa às divergências de perspectiva de um mesmo fenómeno que envolve dois observadores em pontos de referência distinto. Em última instancia, os pontos são sempre distintos, e essa diferença faz com que todos os indivíduos vejam, sintam, façam, compreendam os eventos de maneira diferente, mesmo que aproximada.
Mas até que ponto te descomplica a vida? :)
Não ficas depois a tentar compreender aquele ponto de vista, e ou outro, e mais outro? :)
E se isto por vezes nos complica a vida, por outras é o sal da vida... o que não quer dizer que seja descomplicado… :)
Mas eu cá gosto das ciências exactas, das teorias matematicamente possíveis :)
da objectividade, embora por vezes me faça sfalta a subjectividade e os génios loucos, uma certa loucura para descompor... :D

Always disse...

(' '),

O processo científico tem essa característica fantástica que se chama revisibilidade, ou seja, nada é absolutamente verdade, ou melhor, as teorias serão válidas até à descoberta de uma nova perspectiva de abordagem.

PS - Tens de relativizar as lágrimas também... :)

Fica bem... ânimo!

Bjo

Always disse...

Jaime,

o pensamento (processo mental de pensar) é sempre absoluto.

É absoluto em cada observador enquanto sujeito individual. No entanto, por aprendizagem, é possível que o processo mental de pensar se altere e integre novos elementos que desencadeiem alguma elasticidade de ideias e formulação de novos conceitos integrados.

Importa considerar, no sujeito, a capacidade de aprendizagem e de integração de conhecimentos na arte de pensar. De outra forma morreríamos estupidos... digo eu.

Beijos

Always disse...

Blue,

há horas que nos parecem passar em segundos e há minutos que duram uma eternidade.

Talvez seja apenas da importância que dás ao tempo que vives em cada momento...


Ora aí está por exemplo uma boa abordagem do conceito da relatividade das coisas! :)

Amiga, obrigada eu pelo teu cuidado. Ainda bem que voltaste! Gostei muito de te ouvir :)

Um abraço

Always disse...

Querida Star,

Não posso ser mais sensual do que tu de perna engessada com o meu autógrafo! :D
E sabes bem que não sou perfeita, mas que adoro os meus defeitos - o meu charme vem daí.

Adoro-te.

PS - A tua equação matemática deixa-me sem palavras!!

Always disse...

Whitesatin,

A Teoria da Relatividade é óptima para explicar o inexplicável.

Lá está, acho que fazes muito bem, é uma teoria que só tem vantagem... descomplica tudo. :)

Um abraço

Always disse...

Wind,

LOL
Génio não serei, louca talvez... :D
E como a Whitesatin diz, a Teoria da Relatividade é perfeita para explicar o inexplicável.

Bjos

Always disse...

SK,

Mas até que ponto te descomplica a vida? :)
Não ficas depois a tentar compreender aquele ponto de vista, e ou outro, e mais outro? :)


Precisamente! E 'compreender' não é relativizar as coisas? Pelo menos, demonstra a nossa capacidade de aprendizagem e integração E se fizermos esse esforço já não é mau, já descomplica um bocadinho.

E mais eu cá gosto muito génios loucos que saibam pensar e fazer sentido no que pensam.

Beijo grande.

Jaime disse...

Por isso chamei ao pensamento processo, não mecanismo inalterável, é um acto em constante mudança... umas vezes evolução, outras retrocesso, mas isso já são juizos de valor...

Beijos

Anónimo disse...

Mas não é a ignorância que trás paz de espírito (descomplicação)...? :)

Always disse...

Jaime,

Concordamos então. Todos os processos dinâmicos funcionam por movimentos de avanços e recuos. O Pensamento é o esforço de integração de ideias em constante reformulação.

Bjs

Always disse...

SK,

LOL... Boa! Sempre ouvi dizer que os ignorantes são felizes. Mas por outro lado, não têm escolha...

Um beijo