domingo, 10 de dezembro de 2006

Ouço os remos, não vejo a água

Colin Homes «Holy Island Old Boat»
David Mourão Ferreira
Os Remos
Que rumor de remos
De que negra barca

Ouve-se tão perto
sem se ver a água

Vem Caronte ao leme
Ou tudo uma farsa

que ninguém encena
que ninguém aplaude

Em torno parece
adensar-se o nada

O que mais inquieta
já não tem palavras

Mas ainda resta
saber de que margem

ouvimos os remos
não vemos a água

8 comentários:

wind disse...

Adoto DMF e este poema tem mensagens per si so:)
bjs

wind disse...

*adoro

wind disse...

Poxa, esqueci que a foto é linda!

Always disse...

Alguém que adora DMF ensinou-me a beleza da sua poesia a uma luz diferente da que eu sempre li. E o poeta tornou-se, hoje, um dos meus preferidos.

Anónimo disse...

Em troca, partilho o lago de Annecy.

abraços_a_remos

Always disse...

De repente lembrei-me que quase me afundei no Lago Léman (lago de Genève) num barco a remos, há uns anos.

Anónimo disse...

Puxa!

Este que partilho também tem marmotas... estive quase para ficar por lá...

abraços brincalhões

Always disse...

Chamonix é mais azul... ;)