domingo, 17 de dezembro de 2006

Palavras de amor

Whatever you like... (The Word Company)

Não posso escrever-te nem dizer-te palavras de amor. Estás ausente há muito tempo e durante este tempo não te fizeram falta as minhas palavras de amor. Nada do que sou te faz falta e muito menos precisas das minhas palavras de amor. E eu não sei dizer palavras de amor a quem as rejeita e as torna indesejáveis e adoecidas. Pouco te restará do que fui contigo, memórias soltas disto ou daquilo, objectos escondidos no fundo de um armário fechado numa arrecadação escura e fria e pouco mais. O resto foi deitado fora com as palavras de amor que ambas escrevemos. São coisas que não precisas. De mim só precisas do silêncio. Palavras e silêncio jamais se encontrarão. Não sei escrever palavras de amor silenciosas, porque o amor silencioso não existe, é outra coisa qualquer mas não é amor. Não posso gritar-te palavras de amor que não queres saber. Às vezes pergunto-me que palavras de amor gostas de ouvir em substituição das minhas? Responderás o mesmo que me respondias a mim?...
"...Eu já não sei se sei o que é sentir o teu amor, não sei o que é sentir / Se por falar, falei, pensei que se falasse era fácil de entender..."
THE GIFT "Fácil de Entender"

4 comentários:

SalsolaKali disse...

Podemos sempre tanta coisa… mas a vontade, infelizmente, nem sempre pode ser unilateral, e os contornos da realidade nem sempre são os nossos, e ainda a massa com que se faz o pão e o fogo com que se coze os dias…
À vezes dava jeito uma lamparina mágica, ser um certo Aladino... sem bem que prefiro viver os dias sem viciar o destino - se é que isso existe – ou o futuro...
Mas às vezes sabe bem brincarmos ao todo poderoso e pensar que se poderia mudar o mundo com apenas um estalar de dedos… (já estou a fantasiar) :)
E depois, para quem muda o mundo não deve ser fácil mudar a vontade dos outros, abrir-lhes os olhos… ou será que não?!
Hummmm…
Eu nunca percebi mt bem essa música dos Gift “já não sei se sei… não sei o que é sentir… se por falar falei, pensei… se falasse era mais fácil entender…”
Diz antes difícil de entender...
Enfim. Bjs

Always disse...

Dizes bem, a vontade unilateral não chega para alterar as coisas. Não podemos obrigar ninguém a agir contra vontade. Isso, sim, seria viciar o destino.

E mesmo no muito que podemos, não é por sonharmos com alguém que vamos acordar ao seu lado. A vonade dos outros não se muda. A vontade dos outros tem de ser uma livre escolha, sempre e em qualquer circunstância.
Posso estalar os dedos e ter muita coisa que não quero realmente, mas não posso mudar a vontade de quem não quer o mesmo que eu.

A canção dos Gift, tal como eu a entendo, fala do fim de uma das partes e da dificuldade da outra de entender 'porquê'. Acho... :)

Beijos

wind disse...

Sinceramente deu-me uma branca e não sei como comentar o texto.
A música, adoro-a:)

Always disse...

LOL... não faz mal, há dias assim... :)