terça-feira, 5 de dezembro de 2006

Um sopro de vento

Bruce Berrien «Breeze», 2005
O vento que sopra sem deixar rasto traz-me à memória lugares perto de ti...
Ausência é conciliarmo-nos com a persistência das imagens do que ficou pelo caminho. O passado fica, mas o passado é estático, as memórias também se diluem no tempo por mais que tentemos segurá-las. Ao longe ficam pedaços de nós numa luz diferente da realidade. O vento conta-me que ainda aí estás e sei que nada é definitivo, muito menos as recordações que seguram a distância. Perder é deixar escapar, é ter de lidar com a certeza de não voltar, quando voltar é tudo o que se deseja e nos dá sentido.
Tudo muda, tu e eu também, nada permanece imutável. Quem parte vai olhando para trás como quem recupera fôlego para continuar. Quem fica resiste a seguir em frente e perde-se a olhar para trás. A existência é feita de ganhos e perdas, feitos e contratempos, um processo dinâmico de tudo e nada alternados. A perda dói-me por não poder cumprir aquilo que podíamos ter sido.

4 comentários:

Anónimo disse...

"...o Efeito Borboleta encontra espaço em qualquer sistema natural, ou seja, em qualquer sistema que seja dinâmico, complexo e adaptativo."

Olha deixo ficar um sorriso de bater de asas... pode ser que provoque uma gargalhada algures.

Always disse...

Guardo a tua menelaus blue morpho em liberdade na minha colecção de borboletas sem alfinetes... porque as asas servem para voar como os sorrisos espontâneos que oferecemos a quem passa e fica em nós.

Anónimo disse...

Thank you, I'm glad you enjoyed my photograph.

Always disse...

Mr. Berrien,

I absolutely love this photo and many others I've seen from you. Thank you for letting me use it - without permission, sorry!! - to illustrate my writting. It may happen again since I'm a fan of your work.

Wish you the best success.