Steve Price, untitled, 2006
Quantas páginas tem um livro que se vai escrevendo a ele próprio na escuridão? E quanto tempo demoram a ler essas páginas na mesma escuridão? São perguntas inúteis, bem sei. Já escrevi muito, talvez demais sobre o que tenho para dizer hoje, ontem e amanhã – sempre. Vai faltando a luz que me orienta num caminho de palavras com sentido definido. As palavras pouco valem se não encontram quem as sinta com a mesma intensidade de quem as assume numa ordem precisa de verdade absoluta. Tornam-se estéreis, abandonadas em si mesmas, restos de alguém, de alguma coisa, de um tempo, de um sonho, de um amor imenso, embrulhado numa incondicionalidade rejeitada dia após dia ao longo de muitos dias que parecem uma vida inteira. Conheço poucas palavras e começam a faltar novas formas de dizer o mesmo porque não quero dizer outra coisa. Vou perdendo frases inteiras e ideias substantivas neste nevoeiro de sentidos e contradições. Sinto o que escrevo, mas também sinto a escuridão de quem não quer saber do que sinto para coisa nenhuma. Sinto que, para quem escrevo, nada do que digo tem importância, que são apenas palavras alinhadas numa ordem qualquer que não vale sequer o esforço de uma palavra pequena como resposta, fosse ela qual fosse, para além de 'Não'. Dói-me a vista, falta-me luz e tenho frio. Quantas páginas caberão ainda neste copo vazio? Que faço com esta vontade de apagar todas as palavras que escrevi? Escrevi-as a pensar em ti - pouco importam… não estás aqui.
Quantas páginas tem um livro que se vai escrevendo a ele próprio na escuridão? E quanto tempo demoram a ler essas páginas na mesma escuridão? São perguntas inúteis, bem sei. Já escrevi muito, talvez demais sobre o que tenho para dizer hoje, ontem e amanhã – sempre. Vai faltando a luz que me orienta num caminho de palavras com sentido definido. As palavras pouco valem se não encontram quem as sinta com a mesma intensidade de quem as assume numa ordem precisa de verdade absoluta. Tornam-se estéreis, abandonadas em si mesmas, restos de alguém, de alguma coisa, de um tempo, de um sonho, de um amor imenso, embrulhado numa incondicionalidade rejeitada dia após dia ao longo de muitos dias que parecem uma vida inteira. Conheço poucas palavras e começam a faltar novas formas de dizer o mesmo porque não quero dizer outra coisa. Vou perdendo frases inteiras e ideias substantivas neste nevoeiro de sentidos e contradições. Sinto o que escrevo, mas também sinto a escuridão de quem não quer saber do que sinto para coisa nenhuma. Sinto que, para quem escrevo, nada do que digo tem importância, que são apenas palavras alinhadas numa ordem qualquer que não vale sequer o esforço de uma palavra pequena como resposta, fosse ela qual fosse, para além de 'Não'. Dói-me a vista, falta-me luz e tenho frio. Quantas páginas caberão ainda neste copo vazio? Que faço com esta vontade de apagar todas as palavras que escrevi? Escrevi-as a pensar em ti - pouco importam… não estás aqui.
6 comentários:
Dói-me tanto ler o que escreves porque sinto a intensidade com que o fazes e sinto também a injustiça (frieza?) do que é amar sem ser amada. Não interessam as razões sequer porque esse amor te é negado, o facto é que ele se nega a ti e não enche esse vazio que sentes em ti.
Sabes que as palavras nunca se esgotarão mas talvez os temas sim. Cansa e desgasta estar sempre à roda do mesmo, até porque tu não és só isso, não vives só disso nem só para isso. Há mais vida para além desse amor que te foi negado. Aceita as minhas palavras como alguém que sente as tuas de uma forma diferente das demais. Tudo o que escreves faz eco em mim, mas eu sei que um dia terei que sair do buraco onde me enfiei à espera que o amor me viesse salvar. Ele não veio, nunca virá, portanto cabe-me a mim sair do buraco e voltar a viver, nem que seja só por mim e para mim!
Beijos grandes e abraço apertado amiga... se calhar sirvo-te para pouco ou nada, mas estou aqui, leio-te e choro contigo, e por dentro a minha dor é sentida com a intensidade de quem assume que perdeu um grande amor, porque há quem não saiba corresponder!
Quantas páginas tu quiseres escrever, pelo tempo que quiseres insistir em ler, tiveres necessidade, e lembra-te que não é preciso ver para escrever e/ou ler… mesmo na escuridão.
Tu procuras permeabilidade onde não existem poros suficientemente abertos, onde não existem interstícios avenidas que levem até ao cerne.
E depois há certas palavras que não passam de alimento para o ego, e deste modo, há sempre quem tenha interesse e necessidade em manter a fonte a jorrar, sangrando-a… infinitamente.
Não apagues as palavras. Elas nunca foram escritas em vão, têm um imenso valor. Que seria de nós se as palavras ao longo dos tempos fossem apagadas, que poesia restaria hoje?
Que falta de Fé é essa agora?
Tu saberás o que fazer. O melhor. Para ti. E só para ti.
Bjo
Querida Always,
o que tinha para te dizer está revelado no email que te enviei.
Aqui, não te consigo dizer mais nada, por isso deixo-te um pequeno texto que escrevi há uns tempos atrás:
In the end
all that remains
are the fragments
of lost dreams
left in the mist
of my memory.
Blue,
Obrigado pelas tuas palavras. Sabes o quanto valem e eu sei o que sentes também.
Um abraço apertado.
SK,
Infinitamente obrigado. Sabes o que te agradeço e a importância do que me dizes. Sabes o que penso e a forma como agarro o que me vais mostrando pela grande angular. Saberei o que fazer. E sim, será o melhor para MIM. Essa fé eu não perdi.
Um beijo.
PS - Aguardo-te amanhã (ou depois de amanhã). :)
Whitesatin,
Disseste muito no email, tanto que fico sem palavras, a não ser 'Estou aqui, a perfect stranger - conta comigo.'
Obrigado pelo texto - no fundo, não somos mais do que isso, fragmentos do que passa por nós.
Beijos.
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