Sem limite como uma praia imensa encostada a um mar universal assim te sinto eu no dobrar dos dias da minha vida em nós. Sem margens senão aquelas que nos acordam pela manhã para nos lembrar do mundo que não dorme lá fora assim te encontro, dia e noite, em mim, numa medida de tempo que só existe em nós. Quando te penso, e penso-te a toda a hora, somos apenas nós num universo que não conhece nem fim nem princípio e onde só o infinito faz sentido. Não te sonho para além do que te conheço, porque não preciso de mais mesmo que tudo seja insuficiente quando o Amor não tem tamanho. Quero mais e não sei que mais posso eu querer. Quero mais porque te amo sempre mais na vertigem dos dias. Quero um mais indefinido e impossível porque o Amor é voraz e insaciável. Porque mais é querer hoje tudo e amanhã mais do que tudo na ânsia de um sempre infinitamente. Amar-te é o desassossego constante de viajar-te eternamente e descobrir-te todos os dias como da primeira vez. Querer-te mais é Amar-te completamente e sentir muito mais do que apenas isso...
domingo, 25 de maio de 2008
quinta-feira, 22 de maio de 2008
A nossa sorte
Tive sorte. Encontraste-me. Encontrei-me quando me encontraste. Tive sorte. Encontrar o Amor e a certeza tão rara de uma vida é ter sorte. Não sei se a sorte se merece, se conquista ou se acontece simplesmente. Sei apenas que nada acontece por acaso, nem mesmo a sorte que tem matriz matemática. Tive sorte, uma sorte diferente do jogo que nos faz ganhar muito como perder outro tanto. Na sorte que tive quando me encontraste ganhei um sentido, uma alma preenchida e uma força de vida que desconhecia. Encontrei-te em Amor, ganhei-me a mim mesma no Amor que te encontrei. Porque o Amor é a única aposta na vida. Sorrio quando dizes: 'É uma confusão dormir sem ti' e sinto que me dizes 'Tive tanta sorte como tu'.
quarta-feira, 21 de maio de 2008
Janela indiscreta

Espreito-te de mansinho para que não dês por isso. Procuro-te sinais e traços que memorizo e revivo sem que te apercebas do que te aprendi. Olho-te devagarinho, tão lentamente, que não envelheço ao pé de ti. E do que te vou sabendo desenho um mapa de indícios e coisas concretas de tudo quanto te colecciono. É um mapa imenso e interminável porque tu és tudo e o tudo não tem nem tamanho nem fim. Quero aprender-te em coisas insuspeitadas que só eu te reparo na minha vontade constante de te descobrir. Hoje sei que o Amor é um horizonte infinito e nós a cor e a paisagem que o recorta e lhe dá vida. Por isso te aguardo e te guardo sem dares conta para que sejas sempre naturalmente a tua essência, sem constrangimentos... Amo-te tudo.
segunda-feira, 19 de maio de 2008
Uma página de infinito
O tempo passa não passando quando tudo é mais por dentro. E por dentro sinto-te à velocidade do sangue que me passeia a vida pelo corpo. Do coração à alma a distância é pouca, apenas o intervalo do que seguramos nos braços com intenção de infinito. E se o infinito me cabe nos braços em que te embrulho, imagina a certeza com que nos vivo para sempre e mais um dia no coração. O tempo não passa quando tudo é mais do que infinitamente. O tempo não existe no calendário do Amor. Os dias são do tamanho do que sentimos por dentro. Os meus dias são feitos desse sentir-te tão completamente que só me apercebo das horas quando se tornam infindáveis pela falta que me fazes. Porque me fazes falta sempre, porque sofro de saudades que nem sempre justifico. Porque te quero na vida comigo e em mim, sem tempo nem lugar definido senão na transcendência de um sempre e em toda a parte.
sexta-feira, 9 de maio de 2008
Esconderijo
Passo por aqui a correr porque a noite tem horas contadas e as minhas mais ainda. Passo por aqui para te deixar lembranças de outras noites em que o tempo deixa de ter importância e só nós contamos da noite ao dia, durante os dias que roubamos a nosso favor fora do mundo, num esconderijo que ambas construimos como um castelo nosso. Passo por aqui para te abrir uma janela e deixar entrar a cor desses dias que guardamos em nós e revisitamos, vezes sem conta, porque vivemos de alma e coração nesse lugar. O Amor, que escolheu onde ficar e viver para sempre, tem uma luz na ponta e o seu único segredo é o jeito com que nos ilumina por dentro, como quem abre uma porta conhecida. O Amor é tempo que nos embrulha a cada instante na pressa de voltar para casa com o desassossego eterno do primeiro beijo a tomar conta do corpo. O Amor é este fogo posto infinito em que te vivo noite e dia em qualquer parte do mundo.
segunda-feira, 5 de maio de 2008
Cresce e fortalece
Quanto tempo é preciso para construir um coração? Como se constrói um coração? Não sei. Sei apenas como construi o meu e quanto tempo levei para pô-lo a funcionar. Sei o momento exacto em que me dei conta de que a vida é o que o coração sabe guardar e fortalecer. Nada mais nada menos. No meu cresceste tu. Cresceste o infinito, indiferente ao tempo e à distância, para além de limites conhecidos. E todos os dias te sinto mais o absoluto e o insubstituível. O meu coração não tem tamanho definido, tem a tua medida exacta e do que lhe acrescentas neste passear dos dias. E este tanto é quase nada porque tudo nunca é demais. Porque o Amor é um perpétuo movimento, um sonho constante da vida, um eterno começar sem nunca chegar ao fim. O Amor é crescer para além de tudo e viver para sempre. Nasci contigo um coração. Tudo o que vale a pena pena está lá dentro. Amor. A vida é apenas isso.
quarta-feira, 30 de abril de 2008
O resto da minha vida
Em véspera de envelhecer mais um ano, olho para dentro e contemplo a estrutura. Nada existe sem lugar próprio e reconheço a história de cada centímetro e o tamanho de cada momento guardado na memória. E o tempo que passou é pouco, porque a vida começou contigo. Quero o dobro dos dias e mais se puder ser. Quero que os meus dias contigo durem a eternidade. Amanhã a minha festa da vida és tu e o nós que somos. Embrulha-me em ti no momento zero e deixa-me nascer devagarinho no calor de um beijo. Que sejas tu a primeira pessoa que eu vejo e que o tempo nos sorria porque é o infinito que nos desejo. O resto da minha vida és e sempre foste tu.
terça-feira, 29 de abril de 2008
A nossa diferença

Não tenho a certeza, mas cada vez mais me convenço de que pouca gente há como nós. Por isso nos celebro a vida que nos descobrimos, no passado, no presente e no tempo que há-de vir. Pouca gente haverá como nós que baralhamos as estações do ano e quase nos esquecemos das horas de dormir para ficarmos mais tempo no olhar e no corpo uma da outra. Não tenho a certeza mas penso que somos bem diferentes do habitual, somos únicas e, juntas, uma só em tudo distinta do resto à nossa volta. Por isso te escrevo quase a dizer aquilo que me adivinhas antes de leres as palavras que se repetem em tudo o que te dedico. Não tenho a certeza, mas em todas as ruas em que te procuro só existes tu e, por isso, encontras-me o sorriso constante de quem em ti encontra tudo o que é preciso daqui até à eterenidade. Pouca gente há que se nos pareça com certeza, porque a nossa diferença está no abraço infinito que nos segura o hoje mais intenso do que ontem e, certamente, menos convicto do que amanhã. Esta noite não, que é já tarde e quero, ainda, embalar-te sonhos, mas um dia explico ao mundo o segredo da nossa diferença, mesmo sabendo que ninguém vai acreditar...
quarta-feira, 23 de abril de 2008
Aconchego
Os teus braços são feitos daquele conforto único que sentimos nos dias em que o Inverno chove lá fora e sorrimos no aconchego de um cobertor quente que nos embrulha corpo e alma. Nos teus braços o vento acalma e encontro-nos um céu cheio de azul, tão luminoso quanto infinito. Nos teus braços só me abalam tempestades dos sentidos que o corpo acolhe como princípio de vida. Não conheço outro lugar para além do que te encontro em cada centímetro que te sinto em mim. Não me desejo noutro lugar senão no espaço que ocupamos e somos uma. Não existe mundo nem antes nem depois disso. E durante esse abraço o mundo é nosso e o nosso mundo não tem fim. Porque tudo o que começa em nós se multiplica. Porque somos uma história sem Tempo, um território sem fronteiras. Porque a vontade de sermos para sempre não envelhece. Nos teus braços seguro a certeza do Amor cada vez mais firme e resolvida. Sei que longe dos teus braços tudo é Inverno, os dias são de vento e alma fria. Hoje e sempre abraço-nos com a força de quem promete a eternidade.
sexta-feira, 18 de abril de 2008
Comigo
"Sejamos nós para sempre companheiras, vivamos nós eternamente o amor que nos engrandece a alma e nos ilumina os dias, sejamos tudo uma para a outra sempre com a força com que nos descobrimos um dia." - U-Turn
Sejamos todas as estações do ano e todos os segundos em todas as horas de um tempo infinito. Sejamos nós todos os jardins que amanhecem sob espelhos de orvalho. Sejamos sempre a nossa cama desfeita pela urgência dos sentidos. Que seja assim, simples e inevitável este tu em mim e eu em ti. Que seja assim a vida - todo o inadiável que nos descobrimos. Sejamos sempre a ideia fixa de que o Amor é tudo e sem ele nada vale a pena, porque nada existe realmente dentro de nós. Sejamos, pois, esse milagre que nos juntou corpo, alma e coração. Que seja assim - eternamente o instante supremo de um encontro feliz.
quarta-feira, 16 de abril de 2008
Contigo

Procurei à minha volta e encontrei-me um carro velho, não muito antigo. E dentro dele havia vida. E quase por acaso, se o acaso existisse, percebi a essência do Amor. Reconheço o ferro, que o tempo foi tornando inútil, e a força com que abraça a vida. Porque a vida não é forma, mas sim conteúdo e o tempo apenas um artíficio que nos empresta um sentido nem sempre muito claro das coisas. E quase nunca andamos em tempo certo ou chegamos a tempo à vida. Mas, por vezes, o milagre acontece e esse momento raro de sincronia absoluta vale o tempo desperdiçado e os sonhos em que nos embrulhámos pelo caminho. Do carro velho nascem árvores. As flores, que são de aço, crescem no resto do jardim. Seja eu eternamente o carro que, ainda que gasto, abraça a vida com a força do Amor com que te vivo. Seja o Amor que me transborda os dias a robustez dos troncos de árvore que crescem, decididas, a tocar o céu e as estrelas onde mandei gravar o teu nome.
sexta-feira, 11 de abril de 2008
Além das nuvens
E as nuvens negras são feitas de quê? Água quase madura à espera de chover. E depois chega a luz e o mundo é um lugar muito diferente do que a sombra deixou perceber. Antes não havia caminhos nem sequer talvez paisagem. O sol traz o horizonte e a coragem para o passeio por longínquo que nos pareça. As nuvens negras são feitas de desperdício porque o tempo que passa não volta para trás e o que dele perdemos não voltamos a encontrar. E eu não tenho tempo a perder porque já perdi muito, demasido, antes de ti. Não vou durar para sempre e não gosto que me digam que 'devagar se vai ao longe'. E se pudermos ir depressa para sobrarmos nós ao tempo e segurar o Verão o mais tempo possível? A minha vontade de partir, chegar e ficar és tu. As nuvens negras incomodam-me o passo e eu quero ver-te sempre, mesmo de através do escuro. Quero a luz que te sinto em mim eterna e segurar-te o sol à janela para aquecer o teu generoso sorriso.
quarta-feira, 9 de abril de 2008
Hipoteticamente
E se, um dia, casasses comigo havia de ser numa igreja de céu aberto, límpido e translúcido, que nos deixasse espreitar para além dele e perceber um sorriso cósmico do tamanho do Amor que nos enfeita os dias, mesmo aqueles em que duas ou três gotas de chuva nos apanham desprevenidas. Se, um dia, casasses comigo todas as igrejas seriam catedrais mais perto desse céu que nos imgino como eternidade, e todas as catedrais seriam árvores numa primavera infinita em que a terra é verde e dela nascem flores de esperança em cada beijo nosso. Se, um dia, casares comigo não haverá chão de pedra fria mas uma imensa pradaria onde o Amor se passeia sem dar contas a ninguém e sem que ninguém nos queira mal por isso. Se casares comigo não haverá paredes que contenham a música no baile da alma em que a ti me entrego e em mim te recolho num abraço sem tempo nem cansaço, que vale a vida inteira. E a vida inteira seria pouco se casasses comigo um dia...
sexta-feira, 4 de abril de 2008
Bolas!
Há dias assim, dias em que corremos contra o tempo ou que fazemos tudo para o alcançar, mas o vento está contra e a maré não ajuda. E as horas passam e a noite começa e quase se acaba e nada acontece, ou melhor, tudo acontece ao contrário. E neste tudo de pernas para o ar, vou perdendo a noite porque perdi as palavras que tinha escritas para te amanhecer o dia. A tecnologia assim quis. Não me lembro de quase nada e pensei em desistir. Mas não sei desistir facilmente e tu sabes disso. Do que desapareceu sem pedir licença, ficou-me uma ideia, o mais importante talvez e, hoje, tem de ser suficiente o que é fundamental:
"...o meu coração desertou-me no dia em que nos encontrámos e ficou contigo, teimando na ideia de 'Sempre'. Nas tuas mãos o meu coração é infinito..."
Tinha escrito coisas bonitas a condizer contigo. Perdi o texto, mas desistir, não desisto - Bom-dia, Meu Amor!...
quarta-feira, 2 de abril de 2008
Câmera lenta

Mazda 2 Sport 1.5
E as horas avançam lentamentamente, o tempo não passa e eu começo e recomeço o que tenho para fazer sem nunca chegar ao fim. No príncipio, meio e fim de tudo o que penso, digo e faço encontro-te muitas vezes e neste intervalo em que te espero sem dormir procuro-te nas pequenas e grandes coisas em que me detenho para gastar o tempo sem ti. Em todas elas há uma janela por onde te espreito na esperança que me adivinhes. E sonho que o tempo que demora daqui até aí ande tão depressa como o carro nervoso e leve em que ainda não chego à tua porta. No meu relógio os minutos chegam atrasados e as horas adormecem encostadas umas às outras. Sem ti o dia morre lentamente numa noite que começa logo pela manhã. Os meus olhos cansados do que hoje não te vi vão, agora, sucumbindo ao sono e à vontade de te encontrar em sonhos. Adormeço neste limbo à espera do sol de amanhã, porque amanhã me voltas e eu a ti. Mesmo que os intervalos se contassem em minutos, eu sentiria a tua falta como uma ausência de mil anos.
sexta-feira, 28 de março de 2008
Envelhecer
O tempo há-de passar e nós por ele também e em nós ficarão as marcas dos dias e das estações. Somaremos escolhas, decisões e erros também. Seremos tudo isso e mais o que sobrarmos, mas nada disso importa, porque na alma guardamos a eterna juventude do primeiro dia que nos descobrimos como o resto da nossas vidas. Na alma permanece a inquietude do Amor que não sabe contar os dias, que vive na permanente impaciência de querer tudo e tudo ser insuficiente. Quem ama não envelhece nem vê envelhecer porque o Amor não tem tempo, o Amor é um sentido, uma razão de existência que não se mede no Tempo por onde passam os ponteiros do relógio. O Amor é o desassossego da espera e desespero de saudade. É nesta intensidade que te vivo e guardo à revelia dos dias. És e serás sempre o arrepio do primeiro beijo, o primeiro toque da pele na pele, a primeira vez que fizemos amor... O 'sempre' que te sopro ao ouvido, antes e depois de adormeceres, é a eterna luz da Primavera em que te vejo e te sinto tão profundamente hoje como ontem como daqui a 50 anos. Não há Tempo nem Vida para além de ti.
quarta-feira, 26 de março de 2008
É hoje o dia
E por mais que te deixe no ouvido enquanto dormes as palavras de amor que não sei esgotar acordada, tudo é mais e tudo é pouco. E eu, que um dia me acabarei como tudo se acaba menos o Amor que nos segura a vida, vou precisar de voltar para te dizer o que me ficou sem tempo à espera de te aconchegar cada segundo do que somos. Porque tenho muito para te dizer, porque o Amor é imenso, tanto quanto o infinito. Porque te amo todos os dias mais e as noites são pequenas para te abraçar com a força com que te sinto em mim. Por isso adormeço depois de ti. Gosto de ficar acordada a ouvir-te adormecer de pele nua colada na minha, embalada por histórias de ontem e o sorriso de hoje. Gosto dos teus lábios nos meus antes e depois de adormecermos. Gosto de imaginar que, mesmo enquanto durmo, te encosto palavras de Amor para além do corpo e me ouves em sonho o sussurro do coração. Gosto da doce inconsciência com que me abraças enqunto dormes e dos teus lábios que me beijam sem dares conta, pela saudade que nos fica entre um sonho e outro. E porque acordo, sorrio. Tenho tanto Amor para te dizer...
quarta-feira, 19 de março de 2008
Encontro
Não, hoje não temos nada para comemorar, não é uma data especial, não aconteceu nada neste dia, não me ocorre nada de extraordinário. Hoje não celebro nada em particular, celebro tudo de forma absoluta - todos os dias especiais e todos os dias que passaram sem rasto, celebro o que vivi a partir de ti, celebro uma vida nova, um mundo diferente, um encontro feliz, um momento único. Celebro o destino. Celebro-nos muito simplesmente. Hoje não é um dia especial porque todos os dias o são porque os vivemos à nossa escala e num calendário próprio em que os dias são celebrações continuadas porque existimos lado a lado dentro das horas que os preenchem. Celebro o passado que te trouxe, o presente em que te abraço e o futuro que nos sonho infinito. E acima de tudo celebro o inexplicável que te fez dizer quase antes de conheceres a minha voz 'Vês, como foi fácil?'. Porque nada acontece por acaso, muito menos o Amor. Foi fácil. Talvez porque nascemos para esse momento, porque a vida só começa quando lhe descobrimos um sentido.
segunda-feira, 17 de março de 2008
Debaixo do sol
O espelho do que somos reflecte o mundo à nossa volta que nos sente cheias de luz. À nossa volta só o Verão acontece e sol fica na pele todas as noites de todos os dias. E mesmo que lá fora o vento não nos deixe dormir e a chuva caía descontrolada, há raios de luz que resistem e nos seguram por todo o caminho. O destino somos nós, partimos iluminadas e na alma viaja-nos um sol inesgotável. Na alma guardamos segredos que ultrapassam as estações do ano. O coração pinta-nos uma paisagem onde a cor se renova enquanto caminhamos o destino que nos sonhamos.
sexta-feira, 14 de março de 2008
Tanto para dizer...
Às vezes, o dia cansa e a noite é pouca, às vezes não sei que coisas ainda não te disse, mesmo quando penso que tudo o que disse é pouco e tanto fica por dizer quando o sentir é infinito. Às vezes, chego a estar tão adormecida que me esqueço de pensamentos entre as palavras e perco palavras por entre os pensamentos em que o sono me aconhega sem que eu dê conta. Há fins de dia assim, tão cansados que não sei o que escrever porque só me restam forças para embrulhar-me no conforto deste sentir-te tão completamente. E há madrugadas em que os meus olhos ardem, feridos pela luz onde encontro as poucas palavras que me restam. Hoje o dia teve mais horas do que o habitual e a noite é pequena para me repousar. Hoje já passou ou passará quando te disser bom-dia de braços em ti como amarras que te seguram no meu corpo. Falta pouco para ser dia e a vida regressar-me. E neste instante que roubo ao sono, à falta de palavras novas, deixo-te uma intenção, a mesma de sempre: despertar-te o dia de alma embalada no sussurro do coração. E por agora adormeço e espero a claridade, porque o dia só me começa quando me chega a luz de um beijo teu.
quarta-feira, 12 de março de 2008
Firme
Indiferentes ao tempo, porque o tempo não existe quando vivemos dentro e fora dele e seguramos essa certeza que nos transcende de que nada acontece por acaso, seguimos uma viagem de ida sem volta. Porque a viagem é vida, um caminho de cor. Em frente ficam todos os oceanos do mundo e terra infinita por descobrir. Preguei o meu destino na parede e sigo a luz que o ilumina. Seguimos como um rio sem regresso, que nos desenha a paisagem nas formas que imaginámos. Caminhamos, juntas andamos mais depressa e o nosso passo é firme. A mão que seguras nas tuas está cheia de vontade. Os olhos que se perdem nos teus mostram-te a alma de quem não vê mais nada para além de ti. As palavras são escassas, imperfeitas e, muitas vezes, desajeitadas. O coração serve para corrigir erros e amar-te perdidamente para além de mim.
sexta-feira, 7 de março de 2008
Depois de amanhã de depois
Sem tempo e sem lugar preciso é o Amor que nos empresta a calma e nos faz chegar ao longe que, vezes sem conta, imaginámos. Agora que o longe é daqui a bocado, olho para trás e vejo-nos sempre do mesmo tamanho, maiores do que a vida e à altura da eternidade. Sonhámos sempre longe, quisemos sempre tudo por inteiro e não soubemos desistir desse tudo que valia a pena porque a alma era infinita. E do longe se fez perto, tão perto que estamos quase a chegar. O passado que foi ontem era um sonho de futuro. Hoje está à beira de amanhã e nós somos todas os amanhãs do tempo. Falta pouco e somos já tanto. Somos hoje o que sonhámos ontem e soubemos cumprir aos poucos. Somos hoje um nós para além de todos os dias seguintes, abraçadas a esta vontade de tempo sem fim. Somos o resto da nossa vida e para além disso aquilo que houver. O que somos não se acaba numa vida.
quarta-feira, 5 de março de 2008
terça-feira, 4 de março de 2008
Terra à vista

De vento em popa, o nosso barco avança por mares imaginados. O sonho cumpre-se e o futuro é quase agora. Ao leme prende-se a vontade de sempre e agora mais valente do que nunca. De vento em popa, navegamos cada vez mais perto da margem que nos cumpre e onde não tardaremos chegar. Atravessámos o mundo inteiro para chegar a este lado e a terra do sonho existe porque acreditámos. Contra ventos e marés nós navegámos e se longa nos pareceu a espera, adivinha-se a ansiedade da chegada. Não tardamos, meu amor, aproxima-se amanhã e amanhã somos nós embrulhadas pelo sonho que aqui nos fez chegar. De vento em popa, avançamos para a terra que a nossa vista alcança com olhar do coração e a vontade infinita da alma. Daqui a pouco lançamos âncora a duas mãos e desembarcamos para um único chão.
sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008
Boa memória

Ainda que passem anos que podiam ser milénios, a memória do eclipse que só tu e eu conhecemos não desiste. No centro do universo o eclipse acontece noite e dia, mesmo nos dias cinzentos em que as nuvens deixam ver um pouco menos do céu que somos incondicionalmente. E quando a terra esconde o sol da lua, o calor vem de dentro e sente-se o infinito como rumo. Encontro-nos no centro do universo, sempre mais absolutas do que a física que nos explica o princípio da vida. Sabemos onde estamos mesmo que o mundo fique às escuras, estás em mim e eu em ti e, ainda que nos falte o chão durante a falta de luz, sinto-nos o equilíbrio de quem caminha uma ideia concreta de Amor. Hoje sabemos um pouco mais do 'nós'. O que aprendemos e cumprimos com dedicação é que o eclipse é infinito quando os astros se alinham em pleno na rota definida pelo Amor.
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008
Perto do céu

No céu que encontro em ti, desenho, com a ponta dos dedos, mil caminhos que quero percorrer contigo. Desenho braços estendidos para chegarmos mais depressa ao tudo que construimos no aqui e agora. Mas por enquanto é hoje e hoje a vida acontece, não há tempo a perder. Por isso, vivemos nesta intensidade que ninguém iguala, nesta vontade de viver para sempre, neste Amor sem descanso e sem medida. Porque o Amor é inadiável, porque tu e eu somos Uma, sem tempo, sem distância, incondicionalmente. Na pele que me tocas, gravo o teu corpo e abraço a alma. Seguro o coração nos beijos que te encontram a toda a hora e espreito-te um céu a perder de vista na força com que te abraço. E toda a Vida és tu. Somos esta vontade infinita de nós que moldamos afincadamente e a forma que lhe damos não se quebra nem se gasta. Nada em nós respeita o tempo - seguramos o momento e pertencemos à eternidade.
terça-feira, 26 de fevereiro de 2008
Hoje não vamos trabalhar
Todas as noites te deixo um anjo debaixo da almofada para que te passeies por sonhos felizes da noite para o dia, onde somos infinitamente o Amor que nos veste a alma para além da pele. De manhã quando acordares o Amor será maior, porque os dias passam e nós crescemos mais algumas horas. Somos mais do que ontem, seremos sempre mais do ontem. Aos dias vamos acrescentando muito, um pouco de cada vez. E neste tanto que somos, tudo é pouco porque sentimos um absoluto para além do tudo. Somamos os dias, demasiados pequenos para cabermos neles completamente, às noites, demasiado curtas pelo que deixamos de dormir, à procura do sempre que vem de dentro cada vez mais terra firme à nossa espera. O abraço em que me seguras durante a noite é o universo inteiro onde viajo sem fim. Se dormimos aninhadas num beijo que nem o sono distrai, o Amor encontrou a sua casa. Debaixo da almofada, o anjo que te guarda enquanto durmo fala-te de mim e conta-te o resto da história de nós no passado, no presente e no futuro. Regresso-te pela manhã num beijo cada vez mais infinito. E ao mesmo tempo te sussurro 'Hoje deixamos o mundo à nossa espera e ficamos em nós todo o dia...'
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008
Quero-te
Quero-te, muito, talvez mais do que no tempo em que não te tinha e obsessivamente sonhava em voltar a ter-te. Quero-te sem peso nem medida, mais do que tudo porque o meu tudo és tu e quero que sejas infinitamente o Amor da minha vida e depois disso também. Querer-te tão completamente nunca é suficiente, porque quero sempre mais, quero-te um universo sem fim e o centro da terra ao mesmo tempo e amar-te assim, incondicionalmente e sem contradição. Quero-te hoje a adormecer como amanhã em corpo vivo. Quero-te ontem e depois de amanhã e sempre, mesmo tendo-te sempre aqui comigo. Quero-te para além de mim, intemporalmente, porque o meu querer é perfeito e transcende o meu próprio fim. Não sei sentir-te menos nem imagino um querer mais forte. Amar-te é esquecer-me de dormir distraída pela força indomável que és em mim.
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008
Acordei-te?...
Escorre azul de céu do quadro em que nos pinto eternas, sem tempo nem lugar. É um azul feliz, quase tão luminoso como a luz que te descubro todos os dias e me aquece a alma sempre mais um bocadinho para além do tudo. É um azul feito de pedaços de sol que encontro nos teus braços e me aconchegam mesmo nos intervalos do nosso abraço - são pedaços de calor que as saudades não arrefecem e nem o tempo extingue. E ainda que sinta infinitamente a tua falta quando não te tenho à distância de um beijo, sinto-te em raios de luz por dentro a partir do coração. Procuro-te a pele como o céu azul envolve o sol. Passeio-te o corpo nessa vontade de paraíso e encontro-te o mesmo desejo de mil cores e um querer infinito. Por vezes, somos Uma, outras vezes somos 'nós'. Somos sempre mais do que duas partes separadas, tu e eu. Somos Amor numa peça única. Ontem éramos uma ideia de sempre, hoje somos para sempre e mais um dia. Amanhã seremos eternamente. Tenho vontade de te acordar para te dizer que hoje já é amanhã e que os nossos dias não têm fim...
terça-feira, 19 de fevereiro de 2008
Robustez

Enquanto dormimos, passeio-nos num carro de luxo antigo por caminhos que sonho contigo acordada. E quando a manhã nos regressa, desistimos do carro e continuamos a pé o nosso caminho cada vez mais próximo do sonho. E porque andamos e sabemos onde queremos chegar, vão acontecendo, todos os dias, coisas que nos surpreendem pela velocidade a que nos confrontam. Porque, às vezes, o mundo acontece mais depressa do que o pensamos. E sorrimos por dentro o que os olhos veêm por fora e a alma sente tão profundamente. E ainda que as partes que vamos construindo sejam, inesperadamente, mais do que imaginamos, somos muito mais do que modestamente julgamos, somos tudo e queremos TUDO porque menos não faz sentido. E amanhã teremos o dobro do tamanho, porque crescemos todos os dias dentro e fora de nós. Transbordamos um querer, uma vontade e a fé no eterno que somos nós. Tenho a certeza que todos reparam no que os meus olhos te escrevem no ar e acredito no beijo infinito que me devolves. Tenho a certeza de que quem nos repara reconhece a raridade em que acontecemos e vivemos ao segundo. Porque o Amor é raro e, no beijo infinito que transbordamos, somos únicas. Porque a nossa disponibilidade para amar é incondicional, é maior do que o sonho e tão imensa quanto a eternidade que nos vestimos todos os dias sempre mais intensamente... Menos não seria Amor simplesmente.
A difícil Arte de Amar

O Amor é tão simples que, por vezes, soa a improvável. Porque é difícil acontecer. É raro. Mas acontecendo é de uma simplicidade pura e absoluta. Não se explica, acontece, vive-se em tudo o que somos e torna-se impossível viver sem ele. Não é fácil encontrar o Amor e muito mais difícil é o Amor encontrar-nos. Morremos aos poucos quando perdemos o Tudo que encontrámos. E mesmo perdendo, quem ama verdadeiramente sente-se maior porque, por muito que doa, pior seria nunca ter amado. OBRIGADA PELO PRÉMIO.
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008
Calha bem

Anabark, Um beijo infinito, DEZ07
Foi quase assim que a vida começou. Quantas vezes podemos nascer de novo? É hoje o dia exacto do que eu te descubro todos os dias - o meu caminho, a minha fé, a minha vida. A certeza absoluta de sempre em cada beijo. 'Será que isto alguma vez nos vai passar? (não respondas, eu sei a resposta.)' . O que é infinito não passa, meu amor. O tempo passa, o Amor que nos escolheu não tem fim, não passa nem em ti nem em mim.
_____________________________HARRY: How about this way? I love that you get cold when it's seventy-one degrees out. I love that it takes you an hour and a half to order a sandwich. I love that you get a little crinkle above your nose when you're lookin' at me like I'm nuts. I love that after I spend the day with you, I can still smell your perfume on my clothes. And I love that you are the last person I want to talk to before I go to sleep at night. And it's not because I'm lonely. And it's not because it's New Year's Eve. I came here tonight because when you realize you want to spend the rest of your life with somebody, you want the rest of your life to start as soon as possible!
in «When Harry Met Sally» (Rob Reiner, 1989, EUA)
terça-feira, 12 de fevereiro de 2008
Antes de amanhã

Colecciono cada pedaço de nós como pedras preciosas que constroem o nosso sempre com paredes coloridas, seguras e resistentes ao tempo. Por vezes, enquanto não chego ao sono, escolho memórias e vivo duas vezes momentos únicos como tu. Hoje é o dia de véspera e, mesmo que não seja o dia exacto, antecipo a ansiedade de um hoje, vivida por duas vezes no passado. Porque amanhã é o dia e já passou algum tempo entretanto, mas nos meus lábios foi ainda há bocadinho, porque o calor dos teus me ficou na boca, a embrulhar-me o coração. E atrás dos lábios vieram palavras que eu imaginei e quase escrevi, em teu nome, para mim. E nesta ansiedade em que vou antecipando o dia de amanhã, seguro-nos a alma num abraço infinito que nos faz Uma e nos descobre um mundo cheio de cor, erguido e pintado em nome do Amor. Enquanto não adormeço e me encosto nas palavras que encosto a nós, digo baixinho o teu nome para que as paredes que nos recordam entendam quantas cores nos escrevem a vida num coração único em dois peitos separado.
quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008
Espalhadas pela casa
Na nossa casa não faltam coisas que, por tudo e por nada, nos lembram do amor que vivemos sempre mais e maior na passagem dos dias. Na nossa casa espalhámos por todo lado instantes únicos e intemporais, que nos saltam à vista mesmo depois de vencidas pelo sono. Na nossa casa, embrulhamos o presente em memórias do passado que nos encontrou numa mesma rua e nos fez sonhar as duas o mesmo futuro. Nos quatro cantos da casa há partes de nós em diversos tempos e num mesmo movimento de alma que se entrega por inteiro. E, por tudo e por nada, as coisas que não faltam para dar conta do amor que vive cada vez mais amplo no que transborda de nós cobrem o chão e as paredes e tornam-se incontornáveis. Já não sei quando, talvez ontem ou, se calhar, num outro dia qualquer, deixou de haver tecto, porque tudo cresce à nossa volta e o espaço, que sendo grande é pequeno para um 'nós' do nosso tamanho, falta-nos para as coisas novas que, amanhã, espalharemos pelo chão para agarrar as coisas do dia seguinte e depois disso até ao fim dos dias. A nossa casa guarda o que vive o coração e a eternidade do que sente e do que somos tu e eu, sem princípio nem fim.
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008
Primeiras impressões

'Vês como foi fácil...' a primeira frase que te ouvi, as primeiras palavras no momento em que os nossos olhos se encontraram, a primeira imagem em que te recordo são hoje o meu primeiro pensamento ao acordar. Hoje é um dia diferente e será sempre assim para o resto da minha vida, porque hoje estamos aqui onde não imaginámos há setecentos e trinta dias atrás. Hoje somos um universo inteiro que se expande cada vez mais infinito, somos um caminho, um sentido, uma vida que se cumpre, rara e única no encontro com o Amor. Não passou muito tempo, foi quase ontem, mas quero poder dizer que já passaram muitos anos depois disso, porque merecemos e porque acreditamos na nossa história com princípio mas de final impossível. O tudo em que vamos acontecendo é para sempre porque todos os dias é mais, muito mais do que as palavras explicam. Porque o Tempo passa e somos infinitamente mais Amor e paixão que não sossegam nem de noite nem de dia. Quem ama verdadeiramente não tem horas nem dias de calendário, quem ama mede o tempo pela vazio da ausência e perde-se nas saudades que quase matam e na ansiedade de voltar ao abraço de quem espera com igual desassossego embrulhado na mesma intensidade. Assim te sinto eu, ontem, hoje e amanhã. Assim aninhamos nós as noites no corpo incendiado. Assim nos descobrimos um sempre que começou no dia de hoje há dois anos atrás. Quero-te tudo, sempre mais do que ontem.
quarta-feira, 30 de janeiro de 2008
Aqui ou noutro lugar
Ainda que estivesses no fim do mundo e eu não soubesse o caminho, iria ter contigo. Por longe que fosse esse lugar perdido na distância, não seria suficiente para me impedir de te encontrar. A certeza do teu beijo no fim da estrada encurtaria o longe, se longe houvesse entre nós. Mas tu não estás no fim do mundo e só distamos intervalos de tempo que é relativo e nós somos absolutas. E mesmos nos intervalos nada nos separa a não ser o tempo de chegar a ti que começa a contar um pouco antes de 'Até já, meu amor'. Ainda que estivesses no fim do mundo, eu chegaria sempre a horas de contares comigo. Somos Uma com princípio e o infinito como sonho. No meio fica a vida que celebro em cada segundo ao teu lado, aqui ou em qualquer lugar do mundo.
terça-feira, 29 de janeiro de 2008
Eternamente Amor
Maior do que o Tempo que é infinito, maior do que a vida que gostaríamos eterna, é o Amor que eu conheço e vivo. Procuro-te incessantemente em cada recanto meu porque não sei estar mais de três segundos sem ti e nunca estou realmente porque te somo nas partes do meu todo. Encontro-te sempre por inteiro no que procurei apenas sonhando que existia. Antes de ti, o Amor era uma palavra vaga, pouco mais do que um conceito, uma ideia indefinida. Mas tu existes para além da palavra que nos segura uma definição precisa. E serás sempre Amor porque és única, tão rara que te colecciono em cada pormenor e todos os dias me apaixono por ti. Todos os dias te sinto mais em mim, todos os dias te sinto a minha vida. Todos os dias nos desejo a vida eterna neste infinito que somos - sem tempo nem distância, sem reservas nem limites.
segunda-feira, 28 de janeiro de 2008
Rugosidades
Por vezes, o Tempo não perdoa e lembra-me que a corrida é rápida e que é preciso evitar o desperdício do que tenho e não voltarei a ter nesta vida. Às vezes esqueço-me das coisas únicas, das coisas que não se repetem, e esqueço-me que não vivo para sempre e que, tendo eu fim, não terei tempo para tudo o que sou, desejo e planeio. Hoje acordei uma parede velha, de cor estalada pelo abuso dos dias que não são nossos e que nos levam muitas horas emprestadas. A parede enferrujada, descascada e suja que me instalei durante o dia foi piscadela de olho do Tempo que eu devia entender como 'Não percas tempo, vive!', mas teimo em ter pena de mim. E derivo pelas horas que não tenho senão para sermos nós, desperdiçando momentos únicos e irrepetíveis. O Tempo tem razão, sei que nenhum segundo se repete e a corrida é curta. E enquanto não me acabo, tenho de viver tudo o que sinto dentro e este tudo que não tem fim és TU. E não posso deixar-me ser essa parede desgastada que nos rouba o tempo que não temos. Quero-nos sempre nas cores dos dias do Paraíso, porque não nos reconheço de outra forma senão nesse infinito colorido de alma - juntas pouco nos falta para a perfeição e esse pouco que não temos dá-nos a graça e perpétua o desafio: eu mais ou tu mais?... Temos a vida inteira para descobrir.
sexta-feira, 25 de janeiro de 2008
Dias longos
Os meus dias tornaram-se maiores ainda que as horas sejam exactamente as mesmas. Os meus dias a partir de amanhã são longos, tão compridos que só acabam às horas que tu começas e ficamos em nós. No final do dia, quero chegar-te com a maior pressa e vou correr quase sem tocar o chão e, por cedo que chegue, demorarei tempo demais. Porque a urgência que tenho de ti é permanente e as saudades tuas nos meus dias longos maiores ainda. As horas sem ti não passam, arrasto-as de um lado para o outro e invento-lhes uma utilidade e espero. Maior do que a saudade, só este amor que nos corre por debaixo da pele como condição de vida. O amor que nos reconheço e que acontece em cada dia mais forte e mais intenso, segura-nos a espera nos dias em que tardamos a chegar. Não há longe nem distância, em pensamento o tempo que nos separa é o intervalo respirado entre dois beijos. Ainda que os sinta infinitos, sei que os dias grandes têm fim e quando acabam começamos nós. E nós somos, definitivamente, maiores do que o Tempo, maiores do que a Vida.
quarta-feira, 23 de janeiro de 2008
Amanhã aconteceu...

Deixa-me hoje falar-te de amanhã, porque enquanto essas horas não chegam sonho o futuro que começou em meia volta de vida. Deixa-me relembrar ontem para que amanhã chegue com tudo o que sonhámos entretanto. Deixa-me olhar para trás e ver-nos no tempo que vamos construindo sempre mais forte e mais seguro e sentir que o tempo contigo é infinito. Deixa-me prometer-te que viverei eternamente para nunca te faltar porque faltar-te seria faltar-me a mim e faltar à vida. Deixa-me dizer-te que sem ti não ando devagarinho, sem ti morro lentamente. Deixa-me encontrar uma forma original de te escrever amor e de te viver para além de tudo e mais que fosse ainda. Deixa-me adiantar as horas e correr pela noite dentro para chegar ao dia um pouco antes de ti - tenho pressa de acordar-te um beijo que não sei chegar ao fim.
terça-feira, 22 de janeiro de 2008
Quando os santos cairam do altar
Quando os dias parecem correr fora de ordem, perdidos numa espiral de contrariedades, vêm-me à memória lembranças de um tempo em que pouco era tudo e o suficiente para me salvar a alma. Relembro a tua meia volta no dia de hoje há um ano atrás e a volta que a minha vida deu desde esse dia. E penso nas voltas que o mundo deu depois disso. Queria mesmo dar-te a volta e que segurasses o que a alma nos meus olhos te dizia. Queria que voltasses mais do que tudo na vida. E o pouco que segurei entre as mãos foi o primeiro passo do regresso ao sempre do qual nunca desistimos. Recordo esse pouco, feito de números novos e olhos de uma transparência incontornável. Recordo o sopro de vida que me voltou nessa tua meia volta inesperada. O santo que cai do altar nesse dia caiu a meus pés sem se partir. Não te dei a volta, voltei-me a mim contigo.
segunda-feira, 21 de janeiro de 2008
Durante o intervalo

Durmo em pé porque tenho medo de desperdiçar tempo demais atormentada por sonhos que voltam sem aviso nem razão. Sei que o Amor é uma montanha que ninguém muda de lugar e nós somos essa força que nos segura ao chão. Sei que o tempo não nos esgota nem os lábios se cansam de beijos. Sei que somos tudo e que sempre fomos, mesmo quando não tínhamos quase nada. Sei ler-te nos olhos e sei o que não dizes mas não deixas de pensar. Sei sentir-te sem estares perto e também sei que tudo isto nos transcende corpo e alma porque, à nossa volta, somos únicas e o infinito é nosso. Apenas quando durmo esqueço que o céu já não é cinzento no que a vida nos espera. Mas isso é só às vezes, Meu Amor, porque estou cansada, porque me faltam muitas horas de sono, porque quando durmo prego partidas a mim mesma. Tenho medo que o sono não ponha ordem nas ideias e que, ao acordar, tu não estejas embrulhada em mim. Mas sei que somos indestrutíveis, maiores do que a vida, o que muitos julgam improvável. Sei que o Amor verdadeiro não tem medo nem desiste. Sei que os nossos braços nos seguram com o peso do mundo às costas e nunca, por um segundo que seja, lhes falta a força rara do Amor. De tão teoricamente improváveis, somos exemplo e inspiração, porque existimos corpo alma e coração numa só.
sexta-feira, 18 de janeiro de 2008
Aberto de madrugada
E quando as noites se medem pelo incêndio que nos desarruma pouco importam as horas de sono que não sobram porque o dia amanhece sempre demasiado cedo. Pouco importa o mundo lá fora quando nós temos o universo nas mãos. Quero-te nesse infinito que o tempo não esgota em mim. Quero-nos do tamanho desse infinito que sentimos dentro sem equívoco e tão completamente. E nas horas que incendiamos não há noite nem dia, apenas nós e esta vontade de sermos para sempre a pele da pele que nos abraça. Sinto-te nos lábios um corpo inteiro em desassossego. Beijo-te a saudade em que nos guardamos sempre e a toda a hora. Porque tenho saudades tuas mesmo no intervalo de um beijo, porque me fazes falta entre um abraço e outro. Porque te sinto o mesmo desespero com que eu te espero nas horas. E ainda que te diga que não há longe nem distância, sabes que minto e tu te mentes, porque a saudade em que nos sentimos constantemente vem de um querer absoluto que não se compadece com intervalos. O incêndio que nos rouba ao sono e nos consome tão perdidamente é urgência do corpo e da alma por via do coração - o Amor não sabe esperar.
quarta-feira, 16 de janeiro de 2008
730 dias
Foi quase ontem mesmo que tenhamos vivido duas vidas entretanto. Contei os dias, setecentos e trinta menos alguns que contam também. Há dois anos atrás este dia amanheceu como outro qualquer, foi ao anoitecer que descobri o teu 'bom-dia' para o resto da minha vida. Depois disso, morri quem era e descobri-me uma outra vida nas palavras que pouco a pouco te iam revelando. Desconhecia-te a voz, mas fui aprendendo o tom da alma. Chegaste-me perto, entraste-me por debaixo da pele e, desde então, moras na minha cabeça noite e dia e hoje a nossa casa é o coração. Há dois anos atrás não existíamos, hoje partilhamos um prato e seguramos o infinitamente que nos adivinhámos uma na outra. Obrigada, Meu Amor, por nos teres encontrado uma vida maior e um único caminho - juntas somos tudo e sempre a nossa condição.
terça-feira, 15 de janeiro de 2008
Noites árabes

Hoje recordo-te a história de mil e uma estrelas que iluminam outras tantas noites nos meus olhos ao encontro dos teus num quarto das arábias. A nossa história não tem mil e uma noites, tem mil vidas e um universo inteiro dentro do quarto, sobre a cama que nos acolhe. A nossa história é feita do sonho que nos adormece na mesma almofada, embrulhadas num beijo que o sono não demove nem o corpo desiste por cansaço. Porque a tua pele na minha é vida e um perpétuo desassossego. Mil e uma estrelas se aninham neste mar e terra que somos nós. Somos luz que não se acaba e mil galáxias por descobrir. Somos muitas noites por dormir em cada noite e muitos dias de noites em branco pela vontade infinita que temos de nós. Na parede do quarto o coração projecta-nos em pedaços de luz nas histórias em que nos recordamos. A alma não se cansa nem o coração adormece, aconchegam-nos neste abraço que nos aninha para o resto da nossa vida.
segunda-feira, 14 de janeiro de 2008
Muito mais
Mais do que ontem, menos do que amanhã... não me faz sentido ser de outra forma, porque aprendi, entre a vida e a morte, que o Amor não reconhece nem Tempo nem distância. E se conto os anos que nos seguram na mesma vontade é porque tenho pressa de poder dizer que te tenho há mais de uma vida. Tenho pressa de envelhecer contigo como a madeira velha daquela janela que jamais deixou quebrar o vidro. Ainda há pouco entravas na minha vida onde eu te sonhei sempre e hoje que aqui estamos, sei q não vivi antes de ti. E também sei que depois de ti não há nada, a janela estará partida, a casa fria e vazia a alma. A vida é feita deste bocadinho que acrescento todos os dias ao mais do que ontem. Sei que é menos do que amanhã e infinitamente menos do que daqui a cem anos se tivéssemos mais cem anos de 'nós'. O que é que é mais do que 'muito mais'? Se soubesse dizer por palavras o tanto que colecciono no passar dos dias, saberia responder. O que vem nos livros é pouco, o Amor é mais, muito mais do que muito mais. Se hoje para mim és tudo, amanhã estamos para além do infinito.
sexta-feira, 11 de janeiro de 2008
Numa fatia do Tempo
Hoje passo por aqui a pensar que os dias nascem e morrem em vinte e quatro horas, o mundo muda e nenhum minuto se repete. E nós envelhecemos entre uma palavra e outra. A mesma coisa amanhã será diferente, porque nada permanece igual. Até o passado se altera no que guardamos dele, porque as memórias, por força que as segure, baralham-se e rendem-se ao passar do tempo. E nós não queremos perder nada e perdemos sempre qualquer coisa... e ganhamos também, porque a vida dá, tira, devolve, oferece e rouba. Nada é nosso verdadeiramente porque o nosso tempo é emprestado e nós vivemos uma prestação. Hoje lembrei-me do sentido de mudança e que não tenho direitos nenhuns sobre o Tempo. Mas tenho o dever de insistir no que quero e o momento é hoje porque hoje é o sempre mais próximo de nós. Em todas as coisas que vou pensando aqui e agora encontro-te em histórias de nós e planos de amanhã. Não quero contigo dias de espuma, quero passado, presente e futuro bem medidos. Quero dias bem dormidos e acordados em nós. Quero-te infinitamente e quando esgotarmos o tempo que temos quero-nos a eternidade. Tenho a certeza que tudo muda, menos a intensidade do que te sinto em mim e do que sei que somos, uma.
quarta-feira, 9 de janeiro de 2008
Porque sim
Porquê? Não sei, não se explica. Acontece sem darmos por isso, acontece uma vez na vida aos poucos que têm essa sorte. Acontece a pouca gente e não se explica. Sente-se e eu, que te sinto tão completamente, desespero por não me saber explicar com a mesma clareza com que te sinto a minha vida. Sinto-te desde sempre e não sei como, mas sinto-te como sei que existo e tu existes e sei a força com que vivemos o 'nós'. Porque amar é não saber nada e sentir a inevitabilidade da entrega num gesto natural. A intensidade com que te vivo não se explica porque o amor é um estado de alma e não uma ciência do conhecimento. O único livro que recordo àcerca do Amor é a tua pele na minha, os teus olhos e o tudo que neles leio. O coração vê através da alma e ama por impulso. Porquê? Porque o que a razão não explica, o coração conhece de cor. Porque sentir é viver e amar é ter um sentido, um destino a cumprir. Amar-te é acreditar que somos eternamente. Porquê? Porque sim, porque é assim que nos sinto desde o princípio... sem fim.
terça-feira, 8 de janeiro de 2008
De dentro

Vem de dentro este sentir-te, de um lugar que eu não sei o nome mas que fica no lado mais inteiro e mais seguro da alma. Vem de dentro este lugar onde existimos eternamente e somos sempre mais para além do tanto que já nos sabemos. Vem de dentro este infinito que nos aninha e nos desassossega o sono. Vem de dentro este oceano de saudades que nos fica no intervalo das horas sem nós. Vem de dentro este céu e terra combinados, sem chão nem tecto, num momento de um beijo. Vem de dentro este conhecer-te antes de encontrar-te e esta espera sem adivinhar que existias. Vem de dentro, de um sítio que eu não sei o nome, mas que existe do lado esquerdo de nós que nos garante a vida e a eternidade também. Vem de dentro o tempo, a luz e a força do que somos. Vem de dentro da alma o coração que, de tanto te amar, cresceu e encontrou o sentido de 'sempre'.
segunda-feira, 7 de janeiro de 2008
Depois do fim do ano
Já passaram seis dias, faltam 360. Não chego tarde, venho a tempo de desejar a todos os que contemplam a transparência do vidro que o novo ano multiplique os momentos de felicidade de 2007.
Menos do que isso é dispensável.
Subscrever:
Mensagens (Atom)